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Ainda dá tempo: veja quanto investir em PGBL para pagar menos no IR 2026

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Com o fim do ano se aproximando, contribuintes que fazem a declaração completa do Imposto de Renda ainda têm uma oportunidade para diminuir a mordida do Leão no próximo ano. A estratégia é investir em um plano de previdência privada do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), que permite deduzir até 12% da renda bruta tributável anual.

Segundo Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, o benefício fiscal continua valendo mesmo após a reforma do Imposto de Renda.

“A regra do PGBL não mudou. O benefício continua valendo da mesma forma que antes: quem faz a declaração completa pode deduzir até 12% da renda bruta tributável anual ao investir em um plano PGBL”, explica.

“A única diferença é que, com a reforma, mais pessoas passaram a ser beneficiadas pela nova tabela do IR. Mas isso não afetou a forma como o PGBL funciona – ele segue sendo uma excelente ferramenta para quem quer pagar menos imposto agora ou receber uma restituição maior.”

Leia mais: Seguro de vida inteira ou previdência: como evitar onerar os seus herdeiros?

Como calcular o valor ideal para investir?

A lógica é simples: o contribuinte deve calcular 12% da sua renda tributável anual – salários, aluguéis e outras rendas sujeitas à tributação – e investir até esse limite no PGBL ainda neste ano.

“Na prática, é como se o contribuinte estivesse adiando o pagamento desse imposto para o futuro, com vantagem, e podendo investir esse dinheiro ao invés de entregá-lo direto para o governo”, explica Patzlaff.

Por exemplo: quem recebeu R$ 200 mil de rendimentos tributáveis em 2025 e aplicar R$ 24 mil (12%) em um PGBL poderá abater esse valor da base de cálculo do IR. Isso pode reduzir significativamente o imposto devido ou aumentar a restituição.

Mesmo aportes menores fazem diferença

E se o contribuinte não tiver o valor total equivalente a 12% para aplicar agora? Patzlaff afirma que ainda vale a pena investir o que for possível.

“Qualquer valor que você investir em PGBL, até o limite, é um valor a menos na sua base de cálculo do IR. Mesmo que a pessoa invista menos, como R$ 2 mil, já pode gerar economia no imposto. Claro, quanto maior o valor dentro do limite, maior o benefício – principalmente para quem está nas faixas mais altas do IR.”

Veja quanto o PGBL pode reduzir do IR

Para demonstrar o impacto prático da dedução, Jeff Patzlaff elaborou uma simulação com base no programa oficial da Receita Federal, considerando diferentes níveis de renda e aportes equivalentes a 12% do total anual.

Renda anual (R$) Imposto devido sem PGBL (R$) Alíquota efetiva (%) Investimento PGBL (12%) (R$) Imposto devido com PGBL (R$) Alíquota efetiva após PGBL (%) Economia gerada (R$)
30.000,00 227,76 0,75% 3.600,00 0,00 0,00% 227,76
60.000,00 5.759,02 9,59% 7.200,00 3.937,83 6,56% 1.821,19
120.000,00 22.259,02 18,54% 14.400,00 18.299,02 15,24% 3.960,00
240.000,00 55.259,02 23,02% 28.800,00 47.339,02 19,72% 7.920,00
480.000,00 121.259,02 25,26% 57.600,00 105.419,02 21,96% 15.840,00
Simulação feita por Jeff Patzlaff usando o simulador oficial da Receita Federal. Não foram adicionadas outras formas de redução de IR que podem diminuir ainda mais o imposto a ser pago no ano.

“O resultado é expressivo: mesmo em rendas menores, o investidor consegue rduzir o imposto efetivo. Já em rendas mais altas, a economia pode ultrapassar R$ 15 mil. É um ganho imediato de eficiência tributária”, observa o especialista.

Quando o PGBL não é vantajoso?

O especialista lembra, no entanto, que o PGBL só é indicado para quem faz a declaração completa.

“O PGBL só faz sentido para quem usa a declaração completa, porque a simplificada já oferece um desconto padrão de 20% na renda. Nesse modelo, o contribuinte abre mão de todas as despesas dedutíveis — como contribuições para o PGBL, despesas médicas e com educação — em troca de um desconto único”, explica Patzlaff.

“Se a pessoa já opta pelo modelo simplificado, o ideal é considerar o VGBL, que não gera desconto no IR agora, mas no resgate o imposto incide apenas sobre os rendimentos, e não sobre o valor total.”

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