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B3 (B3SA3): Cautela antes de Copom e Fomc reduz volume financeiro da Bolsa à menor média diária em mais de um ano

A B3 (B3SA3) tem em setembro até agora um volume médio diário de negociações de R$ 18,7 bilhões, o menor desde julho do ano passado, de acordo com dados da Economatica, levantados pela L4 Capital. Especialistas apontam a cautela dos investidores por conta das decisões monetárias do Copom e do Fomc como um dos principais fatores para isso.

O sétimo mês de 2022 teve, ainda, um dia anormal – o feriado de independência americana, no dia quatro de julho, registrou um volume de negociações de cerca de R$ 10 bilhões, bem abaixo do “normal”. Se não fosse esse dia, o volume de negociações da B3 nos 19 primeiros dias de setembro, agora, seria um dos menores desde 2019.

“Os mercados estão esperando as decisões concretas das políticas monetárias aqui no Brasil e nos Estados Unidos. Tanto o Federal Reserve (Fed) quanto o Banco Central brasileiro vão decidir as novas taxas básicas de juros (nesta quarta)”, diz Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.

Noernberg menciona que investidores ainda estão um pouco divididos quanto à decisão do Fed, se a instituição manterá ou aumentará sua taxa em 25 pontos-base, e que, no Brasil, há mais consenso quanto ao corte de 50 pontos.

Fonte: Economatica/L4 Capital

“A bolsa é muito correlacionada com a taxa de juros. Quanto maiores as taxas, menor o potencial de alta da bolsa. As empresas ficam reprimidas e a gente também tem o fluxo de investidor que vai preferir a renda fixa do que a renda variável”, acrescenta Noernberg.

“Investidores vão estar olhando esses movimentos e é por isso que, às vezes, o mercado prefere esperar para tomar uma decisão mais concreta. E aí, isso pode impactar também em volume, como é o caso”, completa.

B3 (B3SA3): Como deve ficar volume financeiro após Copom e Fomc

No entanto, para o especialista da Manchester, o esperado é que o corte de juros do Banco Central brasileiro melhore o volume de negociações. Apesar de o mercado já precificar a queda, o fato consumado também acaba impulsionando os negócios.

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O volume de negociações no Brasil, contudo, pode sofrer no caso de o Federal Reserve ser mais duro do que o esperado.

A participação de investidores estrangeiros na Bolsa brasileira é importante e, caso os juros americanos subam mais do que o esperado, normalmente há fluxo de saída de capital do Brasil.

“O número de volume de negociação diário na B3 em setembro foi bem pequeno, muito por conta da saída de capital estrangeiro que a gente teve em agosto”, explica Heitor Martins, estrategista de investimentos da Nexgen Capital.

Apesar do primeiro corte de juros em três anos, a Bolsa brasileira foi na contramão das expectativas no mês passado, caindo mais de 5%, puxada pela saída em peso de investidores estrangeiros. Conforme dados da B3, o estrangeiro sacou mais de R$ 13,2 bilhões, na maior retirada mensal registrada em 2023.

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Em grande parte, a saída do capital estrangeiro se deu por causa da alta dos treasuries yields vista em todo o oitavo mês de 2023.

Os títulos americanos são considerados os “mais seguros do mundo”. Quando seus rendimentos sobem, há um fluxo de capital para os Estados Unidos. Em agosto, eles subiram bem por uma combinação de fatores como falas mais duras de autoridades monetárias norte americanas, dados macroeconômicos mais fortes do que o esperado e movimento de emissão de títulos por parte do tesouro, que busca recompor seu caixa.

Os treasuries yields para dois anos, nesta terça, fecharam quase a 5,10%, quase no maior patamar desde 2006. Os para dez anos foram a cerca de 4,35%, flertando com o maior nível desde 2007.

Enrico Cozzolino, chefe de análise da Levante Investimentos, por fim, lembra também que setembro contou com alguns feriados importantes tanto no Brasil quanto no exterior – o que, usualmente, também derruba os volumes de negociações.

“Mas também, claro, há a cautela. Quando a gente tem uma menor liquidez, eventualmente a gente pode supor um consenso maior de preços ou, pelo menos, uma aversão àquela tomada de risco. Com isso, a gente vê essa consolidação de preços. Temos uma falta de direcional”, fecha.

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