Futuros dos EUA e Europa caem com alta do petróleo e dados fracos da Alemanha; Livro Bege, balança comercial americana e mais destaques
Os índices futuros dos EUA e bolsas da Europa operam no vermelho nesta quarta-feira (6), em meio à escalada dos preços do petróleo, que levou o Brent a máxima de 10 meses, após Arábia Saudita e Rússia prolongarem um conjunto de cortes voluntários de oferta até ao final do ano, levantando preocupações com a inflação e renovando apostas de que os juros continuarão elevados por mais tempo.
A Arábia Saudita estenderá seu corte de produção de 1 milhão de barris por dia até ao final de dezembro, enquanto a Rússia disse que reduzirá as suas exportações de petróleo em 300 mil barris por dia. O brent superou os US$ 90 o barril pela primeira vez desde novembro de 2022.
Ainda em destaque, as encomendas às fábricas alemãs tiveram forte baixa em julho, apontando que os problemas da maior economia da zona do euro devem seguir no terceiro trimestre.
Investidores ainda aguardam a divulgação do Livro Bege, às 16h (horário de Brasília), com o sumário das condições econômicas que conduzirão a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed).
Por aqui, na véspera do feriado de 7 de Setembro, sai o IGP-DI de agosto, a expectativa do Itau é de crescimento de 0,25% na medição mensal, elevando a taxa anual para -6,7%.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA têm baixa nesta manhã de quarta-feira, ampliando as perdas da sessão anterior, com preocupações em meio à alta do petróleo, que pode atrasar a pauta do aperto monetário, além das atenções voltadas para o Livro Bege do Fed, dados da balança comercial e da indústria de serviços.
GameStop, American Eagle Outfitters e ChargePoint estão entre as empresas previstas para reportar resultados após o fechamento dos mercados.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), -0,14%
- S&P 500 Futuro (EUA), -0,21%
- Nasdaq Futuro (EUA), -0,33%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam mistos, depois de a Arábia Saudita e a Rússia prolongaram os cortes voluntários na produção de petróleo até ao final do ano.
As ações de imóveis chineses listadas em Hong Kong subiram, com Evergrande liderando o movimento, subindo mais de 70%. O Índice de Propriedade Hang Seng subiu 4%, mas o índice Hang Seng teve leve baixa. Já o índice de Shanghai, na China, subiu 0,12%.
O Nikkei 225, do Japão, fechou com alta de 0,62%, registrando o oitavo dia consecutivo de ganhos, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul caiu 0,73%.
Na Austrália, o S&P/ASX 200 perdeu 0,78% e fechou em 7.257,1 pontos, depois que o país registrou um crescimento anual de 2,1% em seu produto interno bruto (PIB) no segundo trimestre, um pouco acima das expectativas de economistas consultados pela Reuters.
- Shanghai SE (China), +0,12%
- Nikkei (Japão), +0,62%
- Hang Seng Index (Hong Kong), -0,04%
- Kospi (Coreia do Sul), -0,73%
- ASX 200 (Austrália), -0,78%
Europa
Os mercados europeus operam no vermelho, com investidores atentos aos movimentos do mercado petrolífero, depois de a Arábia Saudita e a Rússia prolongarem um conjunto de cortes voluntários no fornecimento de petróleo até ao final do ano.
Os setores serviços financeiros e bancário lideraram as perdas, com queda de 1% e 0,8%, respectivamente.
Na frente de dados, novas encomendas industriais na Alemanha caíram 11,7% no comparativo mensal e 10,5% no comparativo anual em julho.
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,82%
- DAX (Alemanha), -0,38%
- CAC 40 (França), -0,84%
- FTSE MIB (Itália), -0,42%
- STOXX 600, -0,76%
Commodities
As cotações do petróleo operam com baixa, revertendo parte dos ganhos da véspera, quando Arabia Saudita e Rússia anunciaram a extensão de cortes voluntários de oferta.
Já os preços do minério de ferro na China fecharam com ligeira alta na sessão de hoje.
- Petróleo WTI, -0,81%, a US$ 85,99 o barril
- Petróleo Brent, -0,84%, a US$ 89,28 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,12%, a 853,50 iuanes, o equivalente a US$ 116,81
Bitcoin
- Bitcoin, +0,12% a US$ 25.741,90 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda desta quarta-feira é marcada pelo Livro Bege do Federal Reserve (Fed) nos EUA. Hoje também será divulgado o índice PMI e ISM do setor de serviços de agosto e dos números da Balança Comercial de julho.
Na agenda doméstica, sai o IGP-DI de agosto. Para a inflação do IGP-DI, a expectativa do Itau é de crescimento de 0,25% na medição mensal, elevando a taxa anual para -6,7%.
Brasil
8h: IGP-DI
10h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, tem reunião com representantes do Itaú Unibanco (fechado à imprensa)
11h: Campos Neto tem reunião com representantes dos Bancos Itaú, Bradesco, Santander e Nubank, e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) (fechado à imprensa)
17:h: Campos Neto tem reunião, por videoconferência, com João Galassi, Presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Rodrigo Segurado, Vice-Presidente, e Rodrigo Morosky, Consultor (fechado à imprensa)
EUA
9h30: Balança comercial
10h45: PMI
11h: PMI ISM
16h: Livro Bege
3. Noticiário econômico
Câmara aprova limite para juros no cartão de crédito e Desenrola
A Câmara dos Deputados aprovou na terça a proposta que remete ao Conselho Monetário Nacional (CMN) a fixação de limites para os juros do cartão de crédito a partir de sugestão do mercado. O texto também contém as regras do programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil.
Segundo o texto, o CMN deverá aprovar limites para juros e encargos cobrados no parcelamento da fatura nas modalidades rotativo e parcelado do cartão de crédito.
Também foi incluído no projeto o texto da Medida Provisória 1.176/23, que cria o Programa Desenrola Brasil, a fim de incentivar a renegociação de dívidas, ofertando garantia para aquelas de pequeno valor (até R$ 5 mil).
Limitar juros do rotativo pode tornar cartões inviáveis e reduzir oferta de crédito, diz Febraban
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criticou o estabelecimento de um possível teto para o crédito rotativo, e afirmou que um limite poderia reduzir a oferta de crédito no País. A entidade afirmou que espera encontrar uma solução de mercado para o tema nos próximos 90 dias.
“Limites artificiais de juros impactam na oferta de crédito, pois carregam o risco de torná-lo não sustentável”, diz a entidade, em nota. “No caso do cartão de crédito, produto que responde por 40% de todo o consumo no Brasil e 21% do PIB, tetos para os juros no rotativo podem tornar uma parcela relevante dos cartões de crédito inviáveis economicamente, afetando a disponibilidade de crédito na economia.”
4. Noticiário político
Lira diz receber “com muita satisfação” interesse do governo em discutir reforma administrativa
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, na véspera, receber “com muita satisfação” o interesse do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em discutir proposições que tratem de mudanças de regras no funcionalismo público brasileiro.
As declarações foram dadas em rápida conversa com jornalistas na chapelaria do Congresso Nacional, no final da tarde, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), demonstrar simpatia com o projeto de lei que veda supersalários e com a discussão sobre mudanças na realização de concursos públicos.
Lira vem sendo um enfático defensor do avanço das discussões sobre a Proposta de Emenda à Constituição que trata da reforma administrativa (PEC 32/2020) como forma de auxiliar na busca do governo em cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024, conforme sinalizado nas peças orçamentárias em análise pelo Poder Legislativo.
5. Radar Corporativo
JBS (JBSS3)
A JBS (JBSS3) levantou US$ 2,5 bilhões por meio de emissão de notas sêniores de suas subsidiárias JBS USA Lux S.A., JBS USA Food Company e JBS Luxembourg SARL.
As notas com vencimento em 2034 (Notas Sênior 2034) foram precificadas no valor de US$ 1,6 bilhão, com yield de 6,768% ao ano e cupom de 6,750% ao ano e US$ 900 milhões, com yield de 7,287% ao ano e cupom de 7,250% ao ano para as notas sêniores com vencimento em 2053 (Notas Sênior 2053), perfazendo um total de US$ 2,5 bilhão.
BrasilAgro (AGRO3)
A BrasilAgro (AGRO3), cujo foco está na compra e venda de propriedades rurais e na produção de grãos, fibras e bioenergia, informou que encerrou o quarto trimestre da safra 2022/23, em junho, com lucro líquido de R$ 242,7 milhões, quase oito vezes mais que no mesmo período do ciclo 2021/22 (R$ 31,1 milhões).
Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia cresceu de R$ 66,9 milhões para R$ 365,2 milhões, e a receita líquida total aumentou 92%, para 673,5 milhões.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)
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