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Petrobras: fim de uma era? Mercado questiona tese sem dividendo extra e ação deve sofrer

Logo da Petrobras em um carrinho de supermercado

Os resultados da Petrobras (PETR3;PETR4) divulgados na noite da última quinta-feira (7) foram em linha com o esperado, mas as atenções do mercado estarão todos voltados para o fator que mexeu com os ADRs (American Depositary Receipts, recibo de ações da companhia negociados em NY) antes mesmo dos números forem revelados: o não-pagamento de dividendos extraordinários.

A Petrobras reportou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) em linha com o consenso e uma diferença de 5% em relação às expectativas da XP ao levar em conta itens não recorrentes.

Conforme destaca a XP, contudo, as atenções quanto ao 4T23 da Petrobras estavam voltadas para os dividendos, notadamente para a expectativa de pagamentos extraordinários (muito mais do que para o desempenho financeiro). A casa esperava entre US$ 3,9 bilhões para o mínimo somado a US$ 5,5 bilhões para o extraordinário. Devido a um fluxo de caixa operacional inferior ao que estava prevendo, os dividendos mínimos totalizaram US$ 2,9 bilhões (ou 2,7% de yield).

“Ao contrário de nossas expectativas e da maioria dos investidores com quem conversamos, o Conselho de Administração da Petrobras optou por manter os dividendos de acordo com a fórmula mínima, propondo direcionar o lucro remanescente do ano (US$ 8,9 bilhões) para ser totalmente alocado na recém-criada reserva de remuneração de capital”, ressaltam os analistas da XP, que citam que houve uma grande decepção com os dividendos.

Os analistas esperam uma reação negativa do mercado à decisão do Conselho de Administração, pois isso fará com que os investidores repensem sua visão sobre os riscos da Petrobras. “Vemos a tese de investimentos agora como uma questão de avaliar a probabilidade de grandes movimentos de M&A ocorrerem no curto prazo (o que pode fazer com que o caixa armazenado seja devolvido aos investidores no futuro)”, aponta.

O Itaú BBA classificou a decisão de não pagamento de dividendos extraordinários como a “notícia que ninguém gostaria de ouvir”. “Os investidores esperavam que a empresa fosse cautelosa em relação ao pagamento de dividendos extraordinários, mas o consenso era que os dividendos extraordinários fossem entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões. Prevemos uma reação negativa do mercado, dada a grande decepção por conta dos dividendos extraordinários, que também deverão aumentar preocupações entre os investidores sobre o futuro da alocação de capital da empresa”, apontaram os analistas do banco.

O Goldman Sachs, que via espaço para um dividendo extra de até US$ 8 bilhões, enquanto via o mercado projetando entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, apontou esperar uma reação negativa do mercado e que a administração da empresa aborde tal decisão na teleconferência, às 11h30, “quando tentaremos entender se é possível para parte das reservas se tornarem dividendos extras durante o ano”, avalia.

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