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Após posse de Trump, pode-se esperar “dólar milkshake” e surpresas pelo X, diz trader

Milson Junior, o Jukira, trader e influencer do grupo XP, é especialista em operação de dólar, ativo que entrou em ciclo forte de alta desde o ano passado. Segundo ele, o presidente eleito Donald Trump, que toma posse na segunda (20) nos Estados Unidos, deverá ditar os rumos da moeda americana daqui para frente.

“Quando ele foi eleito, vimos várias moedas enfraquecerem. O euro se desvalorizou e caminha até para a paridade com o dólar”, recorda. Jukira vê tendência de fortalecimento da moeda norte-americana nas próximas semanas.

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Liquidez global para os EUA

“Se ele começar a taxação como fez no governo passado, os países devem deixar suas moedas desvalorizarem. Será a política do ‘dólar milkshake’”, afirma. A chamada teoria do milkshake do dólar é uma representação de a moeda americana tirar liquidez da economia global para os Estados Unidos.

“Os Estados Unidos estão sugando todos os dólares, principalmente por causa do protecionismo que o Trump deve fazer. Se ele de fato aplicar o protecionismo, favorecendo as empresas norte-americanas, a gente vai ver o dólar se fortalecer ainda mais”, explica.

Por conta disso, ele acha essencial ficar de olho no índice do DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas estrangeiras.

Outro classe de ativos a observar com a posse de Trump são as treasuries, os títulos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos, principalmente a taxa de 10 anos. Jukira considera que esses papéis refletirão os resultados dos balanços das companhias americanas no último trimestre do ano passado, a serem divulgados nesse período inicial da presidência de Trump, e também o alto endividamento americano, um dos desafios do novo governo.

Leia também: Indicado de Trump para o Tesouro diz que dólar deve permanecer como reserva global

Discurso de posse

“É importante medir o discurso de posse para entender o tom”, afirma o trader. Para ele, uma fala protecionista pode mexer com os outros países.

Jukira destaca ainda que na taxação de importação, é importante observar como Trump vai tratar a China porque o Brasil vende muita commodity para os chineses e, com certeza, terá impacto.

“Há necessidade de estímulo do governo chinês (para reativar sua economia), mas ele vai esperar como vai ser a política (de Trump) em relação às tarifas (a serem impostas) para tomar alguma medida”, afirma.

“Vai todo mundo ter que ficar de olho no X (ex-Twitter). É o meio de comunicação dele. A gente volta à época em que ele ficava no Twitter (na primeira vez que foi presidente americano) esperando uma bomba dele”, complementa.

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