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Brasil rumo ao Oscar: como o seguro protege filmes como “Ainda Estou Aqui’?

Fernanda Torres posa com o prêmio de Melhor Performance de Atriz em Filme Dramático por "I'm Still Here" no 82º Globo de Ouro em Beverly Hills, Califórnia, EUA, 5 de janeiro de 2025. REUTERS/Mario Anzuoni

A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro com “Ainda Estou Aqui”, marcando a primeira vez que uma brasileira leva o prêmio de Melhor Atriz, virou um momento histórico de celebração para o cinema nacional.

O filme, que já alcançou mais de 3 milhões de espectadores e busca lugar na disputa pelo Oscar, destaca não apenas o talento brasileiro em um palco mundial, mas o planejamento e a proteção necessárias para que produções do tipo cheguem às telonas.

Por trás de obras como “Ainda Estou Aqui”, com orçamento superior a R$ 8 milhões, existe uma estrutura robusta de gestão de riscos, na qual o seguro cinematográfico desempenha um papel fundamental, explicam especialistas do setor.

“A apólice (contrato de seguro) oferece segurança patrimonial e jurídica desde a pré-produção, até danos materiais e corporais causados a terceiros garantindo a continuidade da produção. Além disso, gera facilidade de crédito na obtenção de financiamento e mais credibilidade dos patrocinadores”, explica Gisele Christo, diretora executiva da corretora MDS Brasil, que opera no ramo.

Essas apólices, muitas vezes customizadas, chegam até a proteger figurinos, cenários e equipamentos específicos usados no set de filmagem, além da equipe de profissionais envolvidos.

“As situações cobertas incluem, por exemplo, a perda de material gravado em cartões de memória ou danos a câmeras utilizadas na produção. Contudo, não há cobertura para determinadas circunstâncias, como a ausência de um ator devido a uma doença preexistente, que esteja em tratamento e venha a falecer”, pontua Mauricio Masferrer, diretor executivo de Negócios Corporativos da seguradora Allianz.

Segundo Masferrer, existe uma cobertura específica para os atores, conhecida como “não comparecimento“, que garante o adiamento, a interrupção ou o abandono das filmagens na impossibilidade de o profissional designado na apólice desempenhar suas funções em razão de morte, lesão corporal, enfermidade ou sequestro.

E quanto é preciso desembolsar para adquirir a proteção securitária? De acordo com Bruno Amorim, diretor da Eventseg, corretora especializada em entretenimento, os custos de um seguro cinematográfico variam entre 0,75% e 2% do orçamento da produção. Ou seja, em um projeto de R$ 10 milhões, a contratação pode custar até R$ 200 mil.

Segundo ele, dependendo do que foi contratado, os limites de cobertura (valor máximo a ser recebido pelo segurado na ocorrência do risco previsto no contrato) variam em função do perfil da produção. “Em média, ficam entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões para produções pequenas e médias, e entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões para produções maiores”, exemplifica Amorim.

Apesar da crescente profissionalização da área no Brasil, ainda há desafios. “De acordo com um estudo realizado pela Ancine, nos últimos 2 anos apenas 14% das obras são brasileiras. Logo, temos demanda represada considerando o potencial de crescimento no setor”, aponta Christo.

Na análise da especialista, a repercussão de prêmios como o Globo de Ouro – e uma possível nova participação brasileira no Oscar – aumenta a visibilidade do setor no país e atrai mais investidores, tornando o seguro uma ferramenta estratégica para o avanço da indústria.

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