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Assessor deve ir além do CDI e mostrar diversificação aos clientes, dizem analistas

Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP

Para Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, “é duro a conversa com o cliente que quer migrar 100% para o CDI, ainda mais com uma taxa indo para 15,50% (ao ano), mas o nosso trabalho é continuar mostrando a ele que a diversificação da carteira é a melhor opção e vai trazer a maiores oportunidades”.

Já Artur Wichmann, CIO da XP, ressalta que o “CDI é ótimo até o momento que uma crise aguda” apareça. “Essa parte o nosso cliente esquece. Os clientes acham que o CDI é bom independente do cenário. Os momentos de crise mais aguda que a gente teve, em 2008, em 2015-2016 e na pandemia, o CDI não foi o porto seguro que todo mundo acha que foi”, destacou.

Wichmann e Ferreira trataram de alocação de investimentos para assessores durante o 1° Encontro Selo Private e P15 – grupo dos principais escritórios Private parceiros da XP, promovido pela XP Private Bank.

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Retorno à frente

“Vale lembrar que o CDI em dólar deu retorno negativo. Em momento de crise, o CDI também não te remunera pela depreciação cambial”, lembra Ferreira.

O estrategista da XP também acha que esperar o cenário melhorar para tomar risco e alocar em outras classes de ativos, “pode encontrá-los em outro nível de preços”, ou seja, mais alto.

“É difícil mudar a cabeça do cliente, mas a gente sempre tem que olhar o retorno prospectivo, que a gente tem retorno em outras classes de ativos maior do que o CDI”, afirma. Segundo projeções da XP, a taxa do CDI pode começar a cair no final desse ano ou início do ano que vem.

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Com relação aos juros, Ferreira vê as taxas altas por um tempo longo. “Em todas as seleções de ativos que a gente faz, seja de fundos, fundos listados ou renda fixa, priorizar o carrego é o que a gente tem buscando”, diz.

“A gente deve bater no cliente que não é hora de ser herói. Não precisa buscar ativos superarriscados. Tem ativos excelentes, de qualidade excepcional, pagando nível de prêmio alto”, ressalta.

Fundo de crédito

Wichmann destacou aos assessores que fundo de crédito é uma classe de ativos que deve ser muito bem escolhida, devido ao recuo dos spreads. “Existem bons ativos, mas precisa de um bom gestor ou de uma boa escolha”, afirma.

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Ele considera importante em uma carteira ter título público. “Diversificação internacional também é importante. Isso não é fugir do Brasil. É só expor o nosso cliente o que tem de melhor do capitalismo global”, diz.

O CIO diz que a diversificação internacional poderia ter ajudado bastante o investimento nos últimos anos, citando o caso do S&P 500, que teve um crescimento exponencial no período.

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Já os fundos alternativos, Wichmann afirma que faz sentido desde que esteja de acordo com perfil de risco e liquidez do cliente. “Nessa classe, se dispõe uma série de ganhos desde que não tenha necessidade de liquidez. Tem que ter ciência de que não vai ter acesso aquela liquidez durante 10 anos”, ressalta.

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