Bolsas mundiais caem com atenção à China e em início de semana marcada por ata do Copom, RTI e dados de inflação
A sessão desta segunda-feira (25) é majoritariamente de perdas para as principais bolsas mundiais, no início da última semana de setembro. Ela será marcada por dados de inflação nos Estados Unidos e na Europa de agosto, enquanto o Brasil contará com indicadores do mercado de trabalho e prévia da inflação, além da ata do Copom.
Nesta segunda, além da atenção com a agenda da semana, o apetite por risco é afetado pela piora dos problemas imobiliários na China e pelo aumento da cotação do petróleo. A China Evergrande Group, em dificuldades, cancelou inesperadamente hoje reuniões com credores, avisando que deveria rever seu plano de reestruturação e as ações da empresa despencaram 22%.
Durante a semana, o principal indicador econômico será divulgado na sexta-feira (29), o PCE, índice de preços de gastos com consumo nos EUA. O indicador pode dar mais clareza sobre os próximos passos do Federal Reserve após ter mantido as taxas de juros inalteradas na semana passada.
Além disso, membros do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE) discursarão publicamente ao longo da semana, podendo dar pistas adicionais sobre a condução da política monetária adiante. Em destaque, está o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, na quinta.
Por aqui, agenda tem como destaque a divulgação, na terça-feira, da ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual a taxa Selic foi reduzida para 12,75% ao ano. A minuta deve elencar com clareza os próximos passos da política monetária no Brasil.
No mesmo dia da ata do Copom será divulgado o IPCA-15 de setembro. O Itaú espera que o IPCA-15 acelere para 0,34% (de 0,28% em agosto), com pressões de alta vindas dos preços administrados (especialmente da gasolina devido aos recentes aumentos de preços da Petrobras PETR4).
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA amanhecem no campo negativo, com investidores à espera de falas do presidente do Fed, Jerome Powell, e dados de atividade econômica e inflação, que podem dar pistas adicionais sobre a condução da política monetária adiante.
Enquanto, o Congresso ainda está num impasse no orçamento federal, já que os partidários da linha dura do Partido Republicano se recusam a ceder em novos cortes de gastos.
As atuais leis de gastos expiram em 30 de setembro. Isso significa que se o Congresso não chegar a um acordo antes das 12h01 do dia 1º de outubro, o país ficará impossibilitado de financiar operações federais, o que poderia, por exemplo, suspender a emissão de passaportes, entre outras consequências. Os republicanos colocaram a Câmara em recesso na quinta-feira, atrasando novos desenvolvimentos nas negociações.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), -0,17%
- S&P 500 Futuro (EUA), -0,17%
- Nasdaq Futuro (EUA), -0,18%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam sem direção definida, com investidores montando posições antes da divulgação de dados de inflação de toda a região esta semana.
Espera-se que Singapura e Austrália divulguem números de inflação de agosto esta semana, enquanto o Japão divulgará dados de inflação para a região de Tóquio. Os dados de inflação da região da capital são vistos como um indicador importante das tendências nacionais.
Já as ações da chinesa Evergrande caíram cerca de 20% depois que a empresa disse no fim de semana que adiaria uma reunião de reestruturação de dívida marcada para segunda-feira.
Num documento apresentado à bolsa de Hong Kong, Evergrande disse que “as vendas do Grupo não foram as esperadas pela empresa” desde o anúncio da reestruturação da dívida em março.
- Shanghai SE (China), -0,54%
- Nikkei (Japão), +0,85%
- Hang Seng Index (Hong Kong), -1,82%
- Kospi (Coreia do Sul), -0,49%
- ASX 200 (Austrália), +0,11%
Europa
Os mercados europeus operam em baixa, com todos os setores no vermelho, à medida que investidores digerem uma série de decisões de política monetária na semana passada e sobre a perspectiva de taxas de juro mais elevadas durante mais tempo.
O Banco de Inglaterra e o Banco Nacional Suíço optaram por interromper os seus ciclos de subida das taxas de juro na semana passada, em contraste com o aumento apresentado pelo Banco Central Europeu em 14 de Setembro.
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,81%
- DAX (Alemanha), -0,89%
- CAC 40 (França), -0,83%
- FTSE MIB (Itália), -0,95%
- STOXX 600, -0,76%
Commodities
Os preços do petróleo operam com alta, à medida que investidores estão concentrados numa perspetiva de oferta mais restritiva, depois de Moscou ter emitido uma proibição temporária às exportações de combustíveis.
As cotações do minério de ferro na China fecharam com forte baixa, uma vez que investidores estavam preocupados com o consumo de aço mais fraco do que o esperado no pico da temporada de construção e possíveis restrições à produção de aço durante o inverno no principal consumidor da China, e com a reposição de estoques antes do feriado.
A commodity também sofre segue pressionada pela preocupações com uma política monetária global mais restritiva.
- Petróleo WTI, +0,42%, a US$ 90,40 o barril
- Petróleo Brent, +0,53%, a US$ 93,76 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 2,03%, a 844,50 iuanes, o equivalente a US$ 115,50
Bitcoin
- Bitcoin, -1,38% a US$ 26.110,33 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda da semana tem como destaque a ata do Copom na terça-feira (26) e o Relatório Trimestral de Inflação na quinta (28). “Os agentes de mercado esperam análises sobre o impacto das taxas de juros mais altas no cenário global e o grau de ociosidade na atividade doméstica (hiato do PIB), entre outros temas”, aponta a XP.
No campo de indicadores econômicos, no mesmo dia da ata do Copom será divulgado o IPCA-15 de setembro.
O Itaú espera que o IPCA-15 acelere para 0,34% (de 0,28% em agosto), com pressões de alta vindas dos preços administrados (especialmente da gasolina devido aos recentes aumentos de preços da Petrobras PETR4).
Além disso, o IGP-M de setembro será divulgado na quinta-feira.
As principais estatísticas do mercado de trabalho também serão divulgadas na semana. O Caged será divulgado na quinta e, conforme aponta a XP, deve apresentar ritmo moderado de geração de vagas formais em agosto (projeção da casa de 168 mil), enquanto a casa aponta que a Pnad Contínua (a ser divulgada na sexta (29) provavelmente exibirá queda adicional – embora modesta – da taxa de desemprego no mês passado (de 7,9% para 7,8%).
Na agenda internacional, dirigentes do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE) discursarão publicamente ao longo da semana, podendo dar pistas adicionais sobre a condução da política monetária adiante. Em destaque, está o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, na quinta.
Também na quinta, as atenções estarão voltadas à divulgação da leitura final do PIB do 2º trimestre nos Estados Unidos. A segunda estimativa registrou crescimento de 2,0% ante o trimestre anterior (em termos anualizados e dessazonalizados).
Os principais eventos da semana se concentram na sexta: índice de preços ao consumidor da zona do euro referente a setembro e inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto.
Brasil
8h: IPC-S
8h: Sondagem do consumidor de setembro
8h25: Boletim Focus
15h: Balança comercial semanal
EUA
9h30: Índice de Atividade Nacional de agosto
zona do euro
10h: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
3. Noticiário econômico
Governo abre leilão com empresas para dar desconto em dívidas de 32,5 milhões de pessoas
A partir desta segunda-feira (25), o governo vai usar a plataforma da B3, a bolsa de valores de São Paulo, para realizar leilões diferentes dos habituais. Em vez de rodovias, aeroportos ou energia elétrica, cerca de 700 empresas vão disputar o direito de participar do Desenrola, programa de renegociação de dívidas que conta com R$ 8 bilhões em garantias do Tesouro Nacional.
Isso acontece porque a demanda por renegociação em condições especiais é maior do que a disponibilidade orçamentária do governo. Logo, será aberta uma disputa entre as companhias. Ganha quem oferecer os maiores descontos nas dívidas dos consumidores negativados.
Segundo o Ministério da Fazenda, 32,5 milhões de pessoas que recebem até dois salários mínimos ou estão inscritas no Cadastro Único poderão se beneficiar dessa segunda etapa do programa. As dívidas até R$ 5 mil, que são o grosso nessa faixa de renda, terão prioridade.
4. Noticiário político
STF definirá tese final do julgamento sobre marco temporal
O Supremo Tribunal Federal (STF) pode definir na quarta-feira (27) a tese final do julgamento que derrubou o marco temporal para demarcação de terras indígenas.
Entre os pontos que serão discutidos está a possibilidade de indenização a particulares que adquiriram terras de boa-fé e se o pagamento seria condicionado à saída dos agricultores das áreas indígenas.
Também pode ser debatida a sugestão do ministro da Corte Dias Toffoli para autorizar a exploração econômica das terras pelos indígenas. Pela proposta, mediante aprovação do Congresso e dos indígenas, a produção da lavoura e de recursos minerais, como o potássio, poderiam ser comercializados pelas comunidades.
5. Radar Corporativo
Cosan (CSAN3)
O grupo Cosan (CSAN3) lançou na última sexta-feira (22) uma emissão de R$ 1,65 bilhão em debêntures simples, com vencimento em 2030, de acordo com escritura da operação.
A empresa disse que os recursos captados serão utilizados para gestão ordinária de seus negócios.
Marisa Lojas (AMAR3)
A Marisa Lojas (AMAR3) informou que, em assembleia geral extraordinária da varejista que ocorreu nesta sexta-feira (22), foi aprovado o grupamento das ações da companhia na proporção de 5 ações ordinárias para 1.
A companhia informou que o grupamento tem como objetivo o enquadramento da cotação das ações de sua emissão em valor igual ou superior a R$ 1 por ativo, conforme exigido pela B3.
Localiza (RENT3)
O Conselho de Administração da Localiza (RENT3) aprovou nesta sexta-feira (22) o pagamento de R$ 428,9 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP) aos acionistas.
O valor é correspondente a R$ 0,406425666 por ação.
Farão jus ao provento os investidores com posição acionária em 27 de setembro de 2023.
O conselho também aprovou o aumento de capital de, no mínimo, R$ 73,7 milhões e, no máximo R$ 364,5 milhões, com a emissão de ações ONs. Serão emitidas, no mínimo, 1.565.661 ações e, no máximo, 7.734.731 ações.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)
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