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Ibovespa acima dos 130 mil pontos até o fim do ano? A tese dos que seguem otimistas com a Bolsa, apesar do agosto turbulento

Agosto foi conturbado para a Bolsa brasileira, com o índice em queda de cerca de 5% no período levando em conta o cenário externo mais negativo e o os últimos dias do mês marcados por temores com o fiscal.

Porém, algumas casas têm mantido, neste começo de setembro, a sua visão positiva para a Bolsa brasileira (inclusive em relação a pares da América Latina), como a XP Investimentos, o Bank of America (BofA) e o JPMorgan.

Confira abaixo as teses de cada uma das casas e as projeções para o Ibovespa:

JPMorgan

A equipe de estratégia do JPMorgan está overweight (exposição acima da média do mercado) para Brasil dentro da carteira de América Latina.

O banco vê o mercado acionário do país como a “história mais fácil nos mercados emergentes”, com valuation barato + ciclo de queda da Selic +redução do risco político.

Para os estrategistas, com os juros mais baixos, o potencial de alta do mercado é entre 12% e 15%. Além disso, seria necessário ver um cenário de compressão de risco e/ou lucros mais elevados. Sobre esse último ponto, o banco ressalta que, na temporada de balanços do segundo trimestre de 2023, embora tenha havido mais surpresas positivas do que negativas, as projeções para 2023 e 2024 como um todo foram revisadas ​​para baixo.

“No entanto, taxas mais baixas devem acabar produzindo maior crescimento, melhorando o lucro das empresas e também levando a menores despesas financeiras”, aponta.

O JPMorgan tem projeção do Ibovespa a 135 mil pontos para o fim do ano, alta de 15% frente o fechamento de terça-feira, no cenário-base. No cenário otimista, a expectativa é de fechar o ano a 144 mil pontos (23% de upside); no pessimista, a 100 mil pontos (queda de 15%).

No mercado de câmbio, embora os juros em queda possam ter um efeito negativo, não esperam que haja uma grande mudança frente os níveis atuais, com a moeda fechando 2023 a R$ 4,90.

XP 

Fernando Ferreira e Jennie Li, estrategistas da XP, destacaram em relatório manter a visão positiva em relação às ações brasileiras e ver valor justo para o Ibovespa em 133 mil pontos, ou uma alta de 13% frente o fechamento da véspera.

Eles ressaltaram três pontos principais para seguirem otimistas, citados a seguir:

i) O início de um ciclo de flexibilização monetária: No início de agosto, houve o primeiro corte da taxa Selic em 50 pontos base. Enquanto esse corte foi dominado pelo aumento das taxas de juros globais, a XP ainda vê esse início e ciclo como positivo para as ações brasileiras à medida que finalmente se caminha para sair de níveis de juros tão restritivos. o mercado precifica cortes de 475 pontos base ao longo dos próximos meses na curva de juros.

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(ii) o potencial retorno dos fluxos, especialmente dos fluxos domésticos: Ainda em agosto, os investidores estrangeiros foram vendedores líquidos num contexto de maior sentimento global de aversão ao risco, o que os estrategistas veem como um movimento de realização de lucros.

No acumulado do ano, o capital estrangeiro segue positivo em R$ 11,6 bilhões. No entanto, os fluxos domésticos, que têm sido a parte que falta no rali recente do Brasil, finalmente tornaram-se positivos em agosto e tornaram-se compradores líquidos no acumulado do mês.

“Conforme dados mais recentes de até 29 de agosto, vimos uma entrada mensal de R$ 5,3 bilhões de investidores institucionais locais e R$ 4,1 bilhões de investidores de Pessoa Física”, apontam e

(iii) Preço ainda descontado: a XP segue vendo o valuation do Brasil como descontado. O índice P/L (Preço sobre Lucro) do Ibovespa está em 8,1 vezes, ainda um desconto significativo frente à sua média histórica de 11 vezes.

Bank of America

A equipe de estrategistas do Bank of America (BofA) manteve sua avaliação overweight, acima da média, para ativos do Brasil, dentro do seu portfólio de América Latina, ainda que reconheça o impacto negativo do risco fiscal e incertezas políticas.

“A necessidade de receitas para alcançar metas fiscais deve continuar pressionando as corporações no Brasil”, diz o relatório do BofA, que menciona a proposta sobre fim dos juros sobre o capital próprio (JCP) e a possível eliminação de incentivos fiscais.

No entanto, o banco destaca o desempenho da atividade econômica no segundo trimestre de 2023, impulsionada por uma recuperação nos investimentos.

O BofA diz ainda que os benefícios do ciclo de alívio monetário ainda estão por vir. “O mercado não está mais precificando uma aceleração no ritmo de corte de juros. Na verdade, as tendências positivas de crescimento econômico reforçam uma falta de espaço para essa aceleração”, afirmam os estrategistas do banco.

Neste sentido, o banco aponta que há uma desconexão entre o macro e o micro. “Outra camada de preocupação é a desconexão entre as histórias macro e micro. A atividade foi forte no 2T (com o PIB subindo 0,9% na base trimestral, acima do esperado), impulsionada por uma recuperação nos investimentos, enquanto o setor empresarial luta para apresentar crescimento dos lucros”, avalia.

A equipe avalia que há espaço para que as empresas da Bolsa negociem a múltiplos maiores e que as ações devem atrair mais investidores quando a Selic chegar a 10%. Na sua última revisão, o banco projetava o Ibovespa em 135 mil pontos até o final do ano, ou alta de 15% frente o fechamento de terça-feira.

Em relação ao seu portfólio, o BofA afirma gostar de manter exposição em nomes e setores sensíveis a juros. O banco removeu Totvs (TOTS3) e substituiu por Locaweb (LWSA3), esperando melhores tendências operacionais para a companhia nos próximos trimestres.

Também adicionou exposição ao setor de energia, esperando que o preço do petróleo fique em US$ 90 em 2024, aposta acima do consenso do mercado. O BofA elevou a exposição da Petrobras (PETR3;PETR4) de underweight (exposição abaixo da média) para marketweight (exposição abaixo da média); o banco possui recomendação de compra para o papel.

No setor de mineração, o BofA se manteve neutro em Vale (VALE3), a espera de estímulos mais efetivos à economia chinesa.

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