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Potencial de valorização dos FIIs pode dobrar com redução da Selic, aponta XP; veja relação risco e retorno

 

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne mais uma vez na próxima semana para definir o novo patamar da taxa básica de juros da economia nacional, a Selic, atualmente em 12,75% ao ano. Quanto menor o indicador, maior a possibilidade de valorização de ativos de renda variável, como os fundos imobiliários. Mas qual o potencial de valorização?

No caso dos FIIs, o cenário de redução dos juros pode elevar em mais de duas vezes o retorno do produto, afirma Rodrigo Sgavioli, head de alocação do research da XP, que comparou o comportamento dos fundos imobiliários com outras classes de ativo.

As ações, por exemplo, apresentaram um retorno médio anual de 12,5% nos últimos dez anos, detalha o analista. O percentual foi o maior entre as classes pesquisadas, mas também ofereceu o nível de volatilidade mais alto no período.

Já os fundos imobiliários tiveram um retorno médio anual  menor (8%) do que o das ações, mas com praticamente um terço da volatilidade das empresas listadas na B3, como indica o gráfico abaixo:

Fonte: XP

Mas em um cenário de queda dos juros, a relação risco e retorno dos ativos pode se tornar ainda mais atrativa, afirma Sgavioli. Para dimensionar o potencial, ele analisou o comportamento dos ativos nos períodos entre agosto de 2011 e outubro de 2012 e de setembro de 2016 até agosto de 2020 – marcados pela redução da Selic.

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Nestes períodos, ele observou que o retorno das ações pode subir para 12,8%, ou seja, um pouco acima da média anual dos últimos dez anos. No entanto, a volatilidade desta classe de ativo cai consideravelmente em cenários de cortes de juros.

A relação risco e retorno dos FIIs se torna ainda mais atrativa. Embora a volatilidade tenha apenas uma leve melhora, o ganho dos fundos pode mais do que dobrar em relação à média histórica (8%) e chegar a 19,8%, como mostra o gráfico.

“Ou seja, os FIIs podem entregar muito mais retorno com risco quase igual ou até menor nos períodos de queda da Selic”, conclui Sgavioli. “É este tipo de ativo que eu quero especialmente em momentos de redução dos juros”, reflete.

De acordo com o último Relatório Focus, do Banco Central, o mercado financeiro projeta uma Selic em 11,75% ao ano no final de 2023. Para 2024, a expectativa é de uma taxa de 9% e, em 2025, de 8,5%.

Nas últimas duas reuniões, o Copom realizou dois cortes de 0,50 ponto, reduzindo a Selic de 13,75% para os atuais 12,75% ao ano. Na visão de Sgavioli, o colegiado deve manter este ritmo de queda na reunião da semana que vem.

Confira a análise completa de Rodrigo Sgavioli, head de alocação do research da XP, na edição desta semana do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.

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