Em mensagem de fim de ano aos funcionários da Petrobras (PETR4), o presidente da companhia, Jean Paul Prates, disse que 2023 foi o ano da “volta” da estatal e que, em 2024, ela seguirá avançando “com equilíbrio” em seu planejamento. “Vamos fazer tudo com equilíbrio. Temos ativos muito importantes, novas fronteiras de exploração e produção, e uma transição energética para construir. Vamos fazer tudo isso com muita sinergia e com integração, potencializando a nossa vocação de ser uma empresa integrada de energia e viabilizando o melhor de cada região do Brasil”, disse Prates.
De fato, a companhia iniciou no sábado, 23, na Bacia Potiguar, litoral do Rio Grande do Norte, a perfuração do primeiro poço de 16 que planeja na Margem Equatorial até 2026.
Prates chegou a postar, em suas redes sociais, fotos submarinas do momento da perfuração.
Antes, em 13 de dezembro, no leilão de concessão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a Petrobras arrematou, em sociedade com a Shell, 29 blocos exploratórios na Bacia de Pelotas, no Sul do País.
Na produção de óleo e gás em si, o ano foi de recordes, com o pré-sal respondendo por 78% do total no terceiro trimestre.
Retrospectiva
“Chegamos aos nossos 70 anos e eu tenho dito que esse foi um ano em que a Petrobras voltou. Voltou a olhar para um futuro próspero e sustentável, para novas frentes na produção de energia, para novas fronteiras de óleo e gás, para novas e novos empregados chegando em nosso time. Voltou também a valorizar nossa trajetória, nossa presença em cada canto do País, e nossa diversidade em todas as suas formas”, completou Prates.
No início do ano, sua gestão criou a diretoria de sustentabilidade e transição energética, chefiada por Mauricio Tolmasquim, para ampliar iniciativas de captura de carbono e iniciar a transição da Petrobras para negócios de geração de energia limpa, com planos para eólica onshore e offshore e hidrogênio verde.
No refino, a companhia aumentou consideravelmente o fator de utilização de suas unidades, que chegou a 96%, quase 10 pontos porcentuais acima do registrado há um ano atrás. A maior produção ajudou a compensar a redução no preço dos derivados, após o fim da política de paridade de preço de importação (PPI), encerrada em março.
Além dos planos de expansão de refinarias existentes e adaptação de unidades para a fabricação de combustíveis verdes, como diesel R e bioquerosene de aviação, a Petrobras analisa uma proposta de parceria com o Fundo Mubadala, que controla Acelen, dona da refinaria de Mataripe, antiga Rlam, privatizada do sistema Petrobras no fim de 2021.
As tratativas foram anunciadas na sexta-feira, 22, em comunicado da Petrobras à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ao longo do ano, também foram reinauguradas sedes e polos de operação em vários estados do Brasil, em reversão à concentração das atividades da companhia no Sudeste feita pelas gestões anteriores, que planejavam enxugar a companhia para focar a produção de óleo e gás no pré-sal das bacias de Campos e Santos, a fim de aumentar as margens da empresa.
A mensagem da atual gestão é de busca por crescimento orgânico via expansão das atividades tradicionais e novos negócios, e não somente depuração de ativos visando maior eficiência financeira.
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