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Ajinomoto busca em revendas pilar para alavancar operação de fertilizantes

Em fase final de fechamento do ano fiscal, a gigante japonesa Ajinomoto viu sua operação de fertilizantes no Brasil sentir os efeitos da volatilidade do mercado. A unidade de negócios que cresceu a dois dígitos ao longo da última década, inclusive durante a pandemia, vai encerrar o ciclo de 2023 no zero a zero.

Para a companhia, 2024 começa em abril, mas as estratégias para deixar 2023 definitivamente para trás já começaram. O primeiro passo é ampliar a rede de distribuição, que conta hoje com 250 revendas ativas em todo o país.

Outra medida é ampliar o mix nas varejistas, incluindo um número maior de produtos com valor agregado mais alto e, consequentemente, margens mais atrativas. Hoje, 98% das vendas de fertilizantes da Ajinomoto se dá por meio de revendas agropecuárias.

“Para 2024 está tudo mais claro, com um cenário de estabilidade de preços. O patamar é maior que o pré-pandemia, porém, mais baixo que 2023” disse César Augusto Vilela, chefe da unidade de agronegócios da Ajinomoto ao IM Business.

Cesar Vilela, gerente da unidade de fertilizantes da Ajinomoto no Brasil (Fonto: Divulgação)

O executivo lembra que no primeiro semestre de 2023, o mercado viu os preços dos fertilizantes dispararem, consequência da alta das commodities e dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na segunda metade do ano, a tendência se inverteu e as cotações dos insumos tiveram uma retração em seus valores.

Para 2024, a Ajinomoto volta a apostar em um crescimento de dois dígitos. Em 2022, a companhia registrou no Brasil um faturamento de R$ 3,4 bilhões. Segundo Vilela, a vertical de agronegócios representa cerca de 2% da operação nacional.

A Ajinomoto trabalha basicamente com dois tipos de produtos, ambos tendo como base a cana-de-açúcar como insumo principal e com adição dos aminoácidos produzidos pela empresa. O mais básico é aplicado diretamente no solo. Os mais elaborados são fertilizantes foliares, enriquecidos com micro e macro nutrientes.

No Brasil desde 1956, a companhia opera quatro unidades industriais, todas no interior de São Paulo. As fábricas de Laranjal Paulista e Limeira são as responsáveis por produzir os fertilizantes, utilizados, principalmente, pelas culturas de café (35%), frutas (45%) e legumes e verduras (15%).

Mesmo com a estratégia para voltar a crescer definida, a Ajinomoto vai enfrentar forte concorrência. O mercado de fertilizantes organo-minerais tem crescido em ritmo acelerado, atraindo investimentos de gigantes da indústria e também novos entrantes.

Em dezembro, a norueguesa Yara anunciou que vai investir R$ 90 milhões até 2025 em sua unidade de fertilizantes foliares instalada em Sumaré, no interior de São Paulo. Nesta semana, Amaggi, Coopercitrus e Tecnobeef informaram que se uniram para criar uma empresa de fertilizantes organominerais.

A brasileira Agrion inaugurou em novembro sua primeira fábrica de fertilizantes organominerais, depois de investir R$ 30 milhões. Instalada ao lado da usina Aroeira, em Tupaciguara (MG), a usina fornece os insumos residuais do processo industrial (torta de filtro, vinhaça e energia), que passam por adição de minerais.

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