Pular para o conteúdo principal

Por que as eleições americanas podem ser um risco para o Brasil?

Donald Trump

Caros(as) leitores(as),

Essa é a minha primeira coluna de 2024 e gostaria de agradecer a companhia em 2023. Vocês sustentam a minha paixão por escrever, obrigado por essa oportunidade.

O último triênio foi duro, especialmente aos mercados. Um nevoeiro chegou e parece que não quer nos deixar.

Nunca foi tão complicado afirmar sobre o futuro. Sinceramente, aproveito nossa relação para realizar um desabafo: eu não aguento mais o bearmarket – tudo parece ser mais feliz e leve no bullmarket, pelo menos para mim que respiro e dependo dos mercados todos os dias.

A boa notícia é que, para nós brasileiros, até segunda ordem, o horizonte de curto prazo parece ser animador. O ciclo de queda da taxa de juros começou, o “rentismo” vive um ambiente de ameaça e a bolsa brasileira anotou altas recentemente que podem ser um excelente convite para que o investidor individual volte a investir na categoria.

No fim, tudo se resume a fluxo. O pior parece ter passado, a alocação em ativos de risco enfrenta momentos de baixa e possui prognósticos claros de crescimento.

Porém, todo investidor brasileiro que se preze é cauteloso, um(a) verdadeiro(a) sobrevivente. Dentre os riscos que escuto nos debates com as grandes mentes do mercado, um deles chama mais a atenção: as eleições nos EUA.

Explico abaixo o que parte dos agentes que conversei esse ano me trouxe como grande ponto de preocupação:

O presidente Joe Biden enfrenta uma depressão perante o povo americano. Ele não é nem de longe um dos líderes mais queridos na história americana.

Os democratas não sinalizam capacidade de construir um suplente que seja forte o suficiente. Enquanto isso, Donald Trump prepara sua volta pelos republicanos e com grandes chances de vencer, dados o cenário global e os movimentos políticos que temos observado em outros países.

O mundo mudou muito desde o último mandato do “topete loiro”. Uma guerra entre Rússia e Ucrânia que intensificou a divisão do mundo em duas grandes alianças:

1- Zona do Euro, EUA e Japão;

2- China, Irã, Rússia, etc.

Essa segunda ganhou o apelido de “aliança do mau” pelo ex-presidente Bush. Pois bem, onde o Brasil se encaixa nessa história?

Recentemente, alguns países desse alinhamento foram convidados para ingressar no BRICS, cujo qual tem o Brasil como um de seus membros. Por associação, o estado americano pode entender que somos aliados desses oponentes comerciais.

Além disso, somos um dos principais concorrentes dos EUA quando o assunto são produtos do agronegócio. Mais um fator que pode ser pilar para uma quebra de amizade entre as duas geografias.

O mercado parece “operar” essa visão alguns dias. Ativos de risco de alguns emergentes sofrem nos últimos pregões, com movimentos muitas vezes organizados.

Na minha opinião…

Acho muito cedo para afirmarmos que isso de fato vai se materializar. Como antecipei acima, são quase três anos de pouca visibilidade.

Sinceramente, com a perspectiva de diversificação eficiente e alocações de longo prazo, como investidor, me preocupo pouco com esse ponto de vista. Donald Trump já surpreendeu o mundo ao ser o primeiro presidente americano a visitar a Coréia do Norte, não é difícil imaginar ele como um “presente grego” ao Brasil.

O tempo dirá. Talvez seja interessante ter esse ponto no radar.

The post Por que as eleições americanas podem ser um risco para o Brasil? appeared first on InfoMoney.



source https://www.infomoney.com.br/onde-investir/por-que-as-eleicoes-americanas-podem-ser-um-risco-para-o-brasil/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nova tabela progressiva do IR atualiza faixa de isenção da PLR; veja o que muda

Com a atualização da base da tabela progressiva para o Imposto de Renda, a Receita Federal também ajustou a tributação para quem ganha a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) das empresas. Em fevereiro, o governo federal aumentou a primeira faixa da tabela progressiva do IR para o ano que vem, que subiu dos atuais R$ 2.640 para R$ 2.824 — o dobro do salário-mínimo em vigor em 2024 (R$ 1.412). Depois, através de uma instrução normativa, atualizou também a primeira faixa da tabela para PLRs. A mudança está válida desde fevereiro deste ano e passa a impactar os valores informados na declaração de IR 2025. A PLR é um valor pago de “bônus” aos profissionais e fica retida na fonte, ou seja, é tributada antes de cair na conta do beneficiado. A faixa de isenção atual da PLR é de R$ 7.404,11 e passará a ser de R$ 7.640,80. As outras faixas de tributação permanecem iguais. Veja a tabela válida para o IR 2025: Valor do PLR anual (em R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do impos...

De Pequim a Lisboa: quais são as 10 melhores cidades para combinar trabalho e lazer 

O trabalho híbrido e remoto, que ganhou força durante a pandemia, tornou-se um arranjo permanente para muitas empresas, permitindo um equilíbrio maior entre trabalho e lazer. Nesse sentido, o International Workplace Group (IWG) elaborou um ranking com as dez melhores cidades do mundo para trabalho e lazer (ou férias). Em 2024, a primeira posição da lista é ocupada pela capital húngara, Budapeste, seguida por Barcelona (Espanha) e Rio de Janeiro (Brasil). Uma mudança quase completa em relação aos locais escolhidos no ano anterior, que foram Barcelona, Dubai (EAU) e Praga (República Tcheca). Leia também: Morar fora em 2024: veja países baratos, como investir e mais para fazer real durar no exterior O resultado deste ano, divulgado pelo portal CNBC na última quarta-feira (21), corresponde a uma pesquisa com 1.000 profissionais que trabalham de forma híbrida ou remota pelo mundo. Segundo a IWG, o levantamento considera a pontuação de dez categorias: acomodação, alimentação, clima, c...

Quanto rendem R$ 100 mil no CDB? Veja simulação para diferentes prazos e tipos

A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, foi elevada para 10,75% ao ano em setembro e, diante do cenário macroeconômico local, a expectativa do mercado é que o Banco Central faça novos ajustes para cima ainda em 2024, o que pode beneficiar os CDBs, muito procurados por pessoas físicas. O InfoMoney simulou quanto R$ 100 mil investidos nesses títulos de renda fixa renderiam em um, dois e três anos. Foram considerados tanto os CDBs atrelados à inflação como os pós (indexados ao CDI) e os prefixados. Quanto rendem R$ 100 mil em CDB de inflação Os CDBs de inflação devolvem ao investidor o montante aplicado corrigido pela média da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, mais uma taxa prefixada. No caso desse tipo de aplicação, R$ 100 mil alocados nesta segunda-feira (14) gerariam um rendimento líquido de  R$ 8.762,47  a  R$ 28.483,34  entre um e três anos, já descontado o imposto de renda (IR), que varia entre 22,5% e 15%, con...