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Com resgates em queda, XP vê volta seletiva do investidor a multimercados

Após um período mais difícil para fundos multimercados em termos de performance, os resgates líquidos frearam um pouco e bateram a R$ 8,5 bilhões em março (até o dia 27), quase a metade da mediana vista nos seis meses anteriores. O movimento sinaliza a volta gradual do investidor, que está mais seletivo na hora de escolher os produtos, na visão de Fabiano Cintra, responsável por fundos de investimentos alternativos da XP.

“Os aportes intensificaram e os resgates diminuíram um pouco. Entramos numa fase em que os investidores serão seletivos e darão preferência para fundos que têm se destacado em 12, 24 e 36 meses, com consistência de retorno”, diz. “O investidor já percebeu que tem oportunidade na mesa”, acrescenta o especialista da XP.

Na avaliação de Cintra, o movimento gradual para o risco irá gerar uma diferenciação maior entre gestoras entre as que estão com bom desempenho e as que não estão. Há ainda uma expectativa de que a janela mais favorável impulsione mais reaberturas de fundos nos próximos meses. Em fevereiro, por exemplo, casas renomadas como Genoa Capital, Neo Investimentos, Kapitalo e Legacy reabriram alguns dos seus multimercados e tiveram forte demanda para os produtos.

A XP não abre dados sobre captações e resgates dentro da plataforma, mas destaca que já vê uma inflexão na tendência, com o número de aportes crescendo e o de resgates recuando em fundos de ações e multimercados.

Números compilados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que as saídas líquidas (depósitos menos resgates) de fundos multimercados estão em tendência de queda.

No acumulado de março até a última quarta-feira (27), o volume de resgates líquidos chega a R$ 8,5 bilhões. Nos seis meses anteriores (de setembro de 2023 a fevereiro de 2024), a mediana mensal de resgates líquidos ficou em R$ 16,1 bilhões, segundo levantamento feito pelo InfoMoney com dados da Anbima.

Por outro lado, não parece haver ainda um movimento tão definido de volta ao risco para fundos de ações, ao olhar para a indústria como um todo. Números da Anbima mostram que os resgates líquidos chegaram a R$ 630,8 milhões no acumulado de março até a última quarta-feira (27). O montante é pior do que o visto anteriormente. Nos últimos seis meses até fevereiro, o ponto médio das captações líquidas em fundos de ações ficou positivo em R$ 3,1 bilhões.

Ao ser questionado se alguma classe de fundos poderá puxar a volta gradual ao risco, Cintra diz que não é possível cravar nenhum movimento, mesmo depois de um ano de performance mais difícil para alguns produtos, como multimercados.

O profissional também avalia que não é possível mensurar agora se os efeitos da realocação de investidores, que estavam em fundos fechados exclusivos e que passaram a ser tributados com o come-cotas (antecipação semestral de Imposto de Renda), será maior ou não do que o fluxo das pessoas físicas de volta ao risco.

Crédito no radar

Em um momento em que o crédito isento vem ganhando mais apelo entre investidores, especialmente pessoas físicas, fundos que investem nesses tipos de ativos também têm sido preferência na hora de alocar.

Dentro da XP, Cintra chama atenção para a forte demanda de investidores, o que ajudou a impulsionar ofertas subsequentes (follow-on) de fundos incentivados de investimento em infraestrutura (FI-Infra) e de fundos imobiliários (FIIs) nos últimos meses.

No caso dos FI-Infras, que alocam em debêntures incentivadas ligadas à infraestrutura, a grande atratividade é que há isenção de Imposto de Renda para os valores que o investidor pessoa física recebe em rendimentos e ganhos de capital.

Por outro lado, os dividendos dos FIIs são isentos, mas o ganho de capital é tributado em 20%.

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