
Os desafios enfrentados pela Tesla (TSLA) estão levando a uma reavaliação do cenário de veículos elétricos.
Há várias semanas, Wall Street tem soado o alarme de que a transição para os
veículos elétricos pode estar estagnada, apesar dos bilhões de dólares em subsídios
governamentais e dos enormes investimentos feitos pelos gigantes do setor
automotivo.
Os mais recentes números de vendas da Tesla sugerem que a retração pode ser pior
do que se pensava e ultrapassar a capacidade de correção de uma única empresa.
Os resultados da Tesla ficaram aquém das previsões.
As ações da montadora chegaram a cair quase 5% após a empresa ter reportado encomendas de novas unidades de 387 mil – a estimativa da Evercore ISI era de 443 mil – em seu primeiro declínio trimestral anual desde 2020. Foi a primeira queda trimestral anualizada desde 2020.
Isso contribuiu para uma retração de mais de 30% nas ações da Tesla, um dos piores
desempenhos no S&P 500 este ano.
A Tesla já havia alertado sobre seu crescimento este ano. A empresa enfrentou
contratempos, incluindo um suposto ataque criminoso à sua megafábrica alemã e
atrasos de embarque relacionados à turbulência no Mar Vermelho. Enquanto isso, as
altas taxas de juros e o crescimento dos veículos elétricos chineses, mais baratos,
estão minando a demanda global e impactando a participação de mercado
anteriormente dominante da Tesla.
Alguns críticos de Elon Musk, dentre os quais Ross Gerber, um investidor da Tesla
que não poupa críticas à empresa, culpam o CEO, afirmando que seu comportamento
tóxico teve forte impacto na marca (Musk falou pouco sobre os resultados da
companhia, exceto por chamar Gerber de idiota e dizer que “foi um trimestre difícil”
para todas as montadoras de veículos elétricos).
Musk não está errado nesse sentido. Recentemente, a chinesa BYD, que destronou
brevemente a Tesla da posição de maior fabricante de veículos elétricos do mundo,
anunciou vendas de cerca de 300 mil no último trimestre, um ganho de 13% em
relação ao mesmo período anterior, mas uma queda trimestral.
A montadora apoiada por Warren Buffett aumentou sua participação nos mercados europeu e asiático ao atrair compradores mais sensíveis aos custos, embora não comercialize carros nos EUA devido aos impostos.
A Kia, Toyota e a Volkswagen anunciaram um crescimento de vendas melhor, embora
todos derivados de bases menores que as da Tesla ou da BYD
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