As atenções dos investidores estão voltadas nesta quinta-feira (22) para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), em relação ao tamanho do cada vez mais provável corte dos juros no País, na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).
Começa hoje, em Wyoming, o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole, que seguirá até sábado, com representantes dos principais bancos centrais do mundo.
A estrela do evento se apresenta amanhã (sexta), que é o presidente do Fed, Jerome Powell. Sua falas serão importantes e devem direcionar os mercados a uma maior calibragem dos próximos passos do Fed, para um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.
O encontro acontece em um contexto de revisão dos dados de emprego nos EUA, que mostrou um mercado de emprego menos aquecido do que o imaginado. Ou seja, a premissa com a qual o Fed vinha mantendo os juros nos atuais patamares não estava totalmente calibrada.
Além disso, foi divulgada a ata da última reunião do Fed, quando os juros ficaram inalterados, mas que revelou que os membros estavam fortemente inclinados a um corte em setembro, e vários deles dispostos, inclusive, a tê-lo feito já no mês passado.
Como consequência, as apostas para um corte maior dos juros se elevou, mesmo que o mercado ainda esteja mais inclinado a uma redução de 0,25 ponto porcentual. Segundo o CME Fed Watch, a chance de uma redução de 0,5 ponto porcentual já em setembro subiu de 29% para 36% em um dia.
Esse sinal de corte dos juros nos EUA, que geraria um aumento de liquidez global, especialmente para ativos de risco de países emergentes, como o Brasil, é o que vem contribuindo para os seguidos recordes históricos de pontos do Ibovespa, como ocorreu na véspera novamente.
Enquanto isso, segue nos Estados Unidos, a convenção do partido democrata, que contará hoje com o discurso da candidata indicada, Kamala Harris, que deverá trazer mais detalhes de sua plataforma de campanha.
No Brasil, o maior destaque fica para os dados de arrecadação federal de julho. A equipe econômica da XP espera crescimento anual robusto, puxado por sólida atividade econômica e medidas de aumento de receitas aprovadas. A previsão do time de economia do Itaú é de R$ 231 bilhões em arrecadação de impostos em julho.
O que vai mexer com o mercado nesta 5ª feira
Agenda
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participa de encontro do Fed em Jackson Hole a partir das 21h (horário de Brasília), enquanto o diretor do BC, Gabriel Galípolo, dará palestras em eventos da Fenabrave (14h30) e FGV (17h00). Já Diogo Guillen participa de evento da PCU-Rio a partir das 11h. Mais cedo, às 9h30, Otávio Damasso dá palestra na ABECIP.
O presidente Lula participa da cerimônia do Dia do Soldado pela manhã e a tarde comparece a posse dos Ministros Herman Benjamin e Luis Felipe Salomão nos cargos de Presidente e VicePresidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Brasil
10h30: Arrecadação federal Julho
EUA
09h30: Auxílio-desemprego Semanal 230 mil
10h45: PMI de serviços (prelim) Agosto 54,0
10h45: PMI da indústria (prelim) Agosto 49,6
11h: Vendas de casas usadas Julho
Zona do euro
11h: Confiança do consumidor de agosto
Japão
20h30: Índice preços ao consumidor
Mercados Internacionais
Os índices futuros de Nova York amanhecem em ligeira alta, ampliando os ganhos da véspera, após a ata da última reunião do Fed sinalizar redução dos juros na reunião de setembro. O foco dos investidores agora está voltado para o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, no simpósio de Jackson Hole na sexta-feira, em meio a expectativa por mais indicações sobre a política monetária americana.
Eleições
O governador de Minnesota, Tim Walz, aceitou oficialmente a indicação para disputar a vice-presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata na quarta, durante a Convenção Nacional da sigla.
Já a noite desta quinta reserva o momento mais esperado, com um discurso histórico de Kamala Harris para ser ungida oficialmente como candidata.
Enquanto isso, o candidato independente à presidência dos Estados Unidos Robert F. Kennedy Jr. deve abandonar a disputa até o fim desta semana, para endossar o candidato republicano e ex-presidente Donald Trump, segundo a ABC News, citando fontes.
A campanha de Kennedy anunciou no início do dia que ele faria um anúncio ao país na sexta-feira em Arizona, em que ele vai falar sobre “o momento histórico presente e o seu caminho no futuro”.
Economia
Selic
Enquanto nos EUA as dúvidas são em relação ao tamanho do corte dos juros pelo Fed, no Brasil os questionamento são sobre a necessidade ou não de uma nova elevação da taxa Selic, após dados mais fortes de atividade econômica, que podem pressionar a inflação.
Segundo a economista Solange Srour, do UBS, uma alta da Selic “não é exagero” e o Banco Central do Brasil não deve se prender “tanto” aos movimentos do Fed.
De toda forma, as taxas de juros de curto prazo – termômetro para os próximos passos do Copom – registram novas quedas nesta quarta, em mais um movimento de redução das apostas de uma alta dos juros.
BC
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quarta que a previsão para que as indicações para o Banco Central sejam feitas em agosto depende de uma decisão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro disse que irá se reunir com Lula para saber o resultado da conversa entre ele e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o tema. “Vou saber do resultado da conversa”, disse Haddad, sobre a conversa entre Lula e Pacheco.
Política
Limitação de poderes
Após o STF anunciar o acordo com governo e Congresso para manter o pagamento de emendas, diante de ajustes, a Câmara sinalizou um recuo: a PEC que autoriza o Legislativo a derrubar decisões da Suprema Corte voltará para a geladeira. Mas, segundo a Coluna do Estadão, isso não significa clima de plena harmonia entre parlamentares e magistratura.
A outra PEC, que limita decisões monocráticas dos ministros, continuará seu curso. O líder da oposição, deputado Filipe Barros (PL), anunciou que será o relator. O texto foi aprovado no Senado no ano passado e estava na gaveta de Lira desde dezembro, mas saiu dela em tom de retaliação, após a Corte manter suspensas as emendas parlamentares impositivas.
Vazamento
O inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar o vazamento de mensagens trocadas entre assessores e ex-auxiliares preocupa alguns de seus colegas de Corte.
De acordo com ministros ouvidos pela CNN, Moraes “dobrou a aposta” quando, na verdade, era preferível evitar novos desgastes neste momento.
(Com Reuters)
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