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Por que Zuckerberg está obcecado por este anel de R$ 1,7 mil que monitora o sono


Dispositivos fitness e de saúde se tornaram um acessório essencial para atletas de alto desempenho. Em 2022, o mercado global de tecnologia wearable alcançou mais de US$ 61 bilhões (R$ 342 bilhões) e deve crescer 14,6% entre 2023 e 2030. Entre todas as opções disponíveis, um dispositivo aparece repetidamente nos dedos dos executivos de alto escalão: o Oura Ring. Mark Zuckerberg, da Meta (M1TA34), é fã, bem como o principal executivo da Square, Jack Dorsey, e o CEO da Casper, Neil Parik.

Em 2013, a Oura entrou no mercado prometendo oferecer dados melhores sobre o sono. Em uma época em que outros dispositivos wearable se concentravam em métricas como passos, calorias e frequência cardíaca, a empresa instruiu o público preocupado com bem-estar sobre a importância do descanso. Esta mensagem continua a ecoar: uma década após o lançamento da tecnologia, mais de dois milhões de Oura Rings foram vendidos, um número que não para de crescer.

Leia mais: Como chegar aos 100 anos com qualidade de vida? Ciência tenta responder


“Começamos com o sono, uma decisão muito consciente”, diz o CEO da Oura, Tom Hale, que ingressou na empresa em 2022. “Todos dormem pelo menos uma vez por dia, mas ninguém realmente sabia o que estava acontecendo durante seu sono”, pondera. Enquanto os dados de condicionamento físico diurno refletiam variações cardíacas causadas por estresse, exercícios e outros fatores, o sono representava uma oportunidade para um novo tipo de experimento. O que aquelas enigmáticas oito horas de sono poderiam revelar sobre seu bem-estar? E, em longo prazo, de que forma você pode mudar seus hábitos diurnos para melhorar seu descanso noturno?

Como funciona o Oura Ring



As métricas de sono fornecidas pelo Oura, dentre as quais a latência (o tempo necessário para adormecer) e o repouso (que monitora o número de vezes que você desperta e seus movimentos noturnos), abriram novas perspectivas para entender a saúde do sono. O próprio Hale recorda que a repentina disponibilidade dos seus dados de sono trouxe a ele um impulso imediato para sua vida. “Tive filhos, e mina carreira exigia muito de mim. Eu tomava café pela manhã e depois vinho no final do dia – era assim que eu me virava”, lembra. Usar o Oura o fez perceber que dormir pouco afetava tudo, desde seu desempenho na academia até no trabalho e também em sua vida pessoal. “Essa mudança foi transformadora para mim. Na verdade, foi o que me fez entrar na empresa”, analisa.

O CEO da Oura, Tom Hale, ostentando o moderno wearable. | David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images/via The New York Times


Hoje, a Oura ampliou sua oferta e passou a abranger diversos aspectos da saúde e bem-estar, como condicionamento físico, monitoramento de atividades, estresse e muito mais. Para muitos usuários, incluindo executivos de alto escalão, usar o Oura Ring equivale a um mapa holístico de seu bem-estar.


CEOs dizem que o Oura os ajuda a melhorar seu desempenho


Lindsay McCormick, fundadora e CEO da empresa de saúde bucal Bite, usa o dispositivo para avaliar seus níveis de energia. “Fazer a gestão de sua energia é muito importante para um CEO. “Com meu Oura Ring, consigo identificar quando não estou dormindo bem, quando não estou me exercitando o suficiente e quando estou estressada. Assim, sei quando posso me esforçar mais e quando preciso fazer uma pausa”, diz ela.

McCormick, que utiliza o dispositivo há cerca de dois anos, chega a planejar seus dias com base na Pontuação de Prontidão, um número de um a cem que indica o quão preparado você está para seu dia. Essa pontuação leva em conta fatores como a frequência cardíaca mais baixa durante a noite, a atividade física do dia anterior, a temperatura corporal, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), bem como outros aspectos. “Eu verifico minhas métricas Oura todas as manhãs antes de analisar os painéis de nossa empresa. Se a qualidade do meu sono e minha pontuação de prontidão começarem a cair, algo que acontece durante períodos de corrida ou estresse, estruturo meu dia para fazer as tarefas importantes de manhã e no início da tarde para garantir que nada escape à medida que minha energia diminui”, diz McCormick.

Com o tempo, o anel inteligente a persuadiu a abandonar suas tendências de coruja, passar a dormir mais cedo e a seguir uma rotina matinal produtiva. “Minhas pontuações de sono e prontidão e níveis de estresse melhoraram, e a qualidade do meu trabalho melhorou”, diz ela.

O sono também passou a ser o foco principal de Carly Kremer, fundadora e CEO da Beekeeper’s Naturals. “Antes de usar o Oura Ring, eu não sabia quais condições específicas precisava criar para ter uma noite de sono tranquila”, explica. “Monitorar meu sono tem sido extremamente esclarecedor e me levou a aprimorar muito minha rotina de sono.” Segundo ela, após perceber como sua interação com a tecnologia prejudicava seu sono, agora tenta guardar o telefone antes das 19h e usa óculos bloqueadores de luz azul se precisar usar seus dispositivos após anoitecer.

Ela também está mais consciente de como usar a luz para acordar e relaxar o cérebro. Pela manhã, ela sai para aproveitar um pouco de sol. À noite, apaga as luzes de casa para sinalizar ao cérebro que o momento de dormir está se aproximando.

O que vem por aí



Embora seja justo afirmar que “Oura” e “sono” se tornaram quase sinônimos na comunidade de bem-estar, a empresa está comprometida com dar destaque a outras dimensões da saúde. Por exemplo, a incursão da empresa na saúde reprodutiva no ano passado permitiu às usuárias aprenderem mais sobre como cuidar de si mesmas em conjunto com o seu ciclo menstrual. O Oura Ring monitora sua temperatura e prevê quando você pode iniciar o período menstrual ou a ovulação.

A empresa também fez progresso no rastreamento de doenças e planeja continuar focando nisso no futuro. “Fomos um dos primeiros dispositivos wearables a ter medições de temperatura muito boas e precisas”, analisa Hale. O Oura usa picos de temperatura corporal para prever que você pode estar ficando doente (embora não seja considerado um dispositivo médico).

Fortune: ©.2024 Fortune Media IP Limited/Distribuído por The New York Times Licensing Group

“A temperatura corporal da pessoa normalmente varia cerca de 1 °C (1,8 °F) entre os pontos mais altos e mais baixos a cada dia”, diz o site da empresa. Temperaturas fora dessa faixa podem indicar que algo está desafiando seu corpo e seu sistema imunológico. “Agora, notificaremos você se estiver começando ficando doente e sugeriremos que entre naquilo que chamamos de ‘modo de descanso’”, explica Hale. O modo de descanso indica um período de tempo em que você escolhe ativamente se recuperar, em vez de sair para treinar ou passar 10 horas por dia no escritório.

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