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Análise de fluxo explica o que há por trás do movimento de preço do ativo, diz trader

Quando conheceu o home broker, em 2008, Paulo Machado começou sua trajetória no mercado financeiro. Passado o auge da crise do subprime, toda a ação que comprava, subia. A partir de 2015, porém, sua visão sobre o mercado começou a mudar, sendo atraído pelo mundo do trading, especialmente pela metodologia do tape reading, também conhecida como análise de fluxo.

Mas a transição não foi tão simples. Como muitos traders iniciantes, Paulo Machado precisou conciliar seu trabalho em tempo integral com as operações no mercado financeiro. Rapidamente, percebeu que isso não seria viável. Tanto que, em 2019, largou seu emprego e se juntou à casa de análise com foco educacional, Top Gain.

Dedicação integral

“A dedicação integral mudou o jogo completamente. Pude estudar, acompanhar o mercado e estar junto com pessoas experientes, conseguindo achar meu melhor operacional”, diz ele, em entrevista realizada durante a Expert XP 2024.

Paulo Machado acabou se tornando um defensor da técnica de tape reading, que se diferencia da análise gráfica tradicional. “O tape reading entrou na minha vida quando eu olhava o gráfico e pensava: por que isso está se mexendo? Será que é só por causa do indicador?”, conta.

“Então, o tape reading veio explicar aquele candle, o que o movimenta, o que tem por trás dele, que são as ofertas, os negócios fechados”, complementa.

Para o trader, o tape reading ofereceu uma visão mais clara do mercado, ajudando a entender o movimento dos preços de forma mais detalhada. “Quando aumenta uma agressão compradora, tem uma chance maior de o preço subir. Tudo começou a fazer sentido”, recorda.

Gráfico atemporal

Paulo explica que o gráfico atemporal, baseado na movimentação dos preços, também o auxilia no processo de análise do mercado, com uso do indicador volume profile, “que na verdade é o Volume at Price do fluxo dentro do gráfico.”

Segundo ele, essa ferramenta é essencial para identificar as regiões com maior volume de negociações. “Quando o preço retorna a essas áreas, há uma chance de surgir uma oportunidade de operação”, afirma.

Para Paulo Machado, o gerenciamento de risco é de suma importância para o trade. “Nós criamos vários planos dependendo da fase em que o trader está”, diz ele, que realiza mentoria.

De acordo com o operador, o iniciante tem três modalidades de plano de gerenciamento de risco, assim como o intermediário e o avançado também.

Gerenciamento de risco

“Com o gerenciador de risco da plataforma, as travas funcionam como um ‘airbag’. Quando você chega no limite, a plataforma bloqueia as operações e te ajuda a rever o que está acontecendo. Isso cria a disciplina que muitos traders têm dificuldade em manter”, ressalta.

Ele destaca a importância de estudar e entender o ativo com o qual se pretende operar, seja no mercado à vista ou no mercado futuro. “O trader precisa conhecer a estrutura daquele ativo. Vou operar dólar futuro? Então, preciso entender como o dólar se movimenta, que tipo de notícia impacta o dólar”, explica.

Além disso, ele reforçou a necessidade de planejamento e controle emocional para quem deseja ter sucesso no trading. “Estatisticamente, muita gente começa com o foco errado, pensando só no quanto pode ganhar, sem entender os riscos envolvidos. Operar sem esse conhecimento é a receita para o fracasso”, conclui.

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