A impressão de que o calendário de eventos corporativos presenciais está cheia não é apenas uma impressão. Nos últimos anos, o setor representou cerca de 4% do PIB e foi o que mais gerou empregos em 2023, segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos. Além disso, abriu as portas para o crescimento de novos negócios. Um dos beneficiados pelo novo panorama é o Grupo PHD Eventos que viu, na pandemia, uma grande oportunidade.
“Estávamos estruturados e com saúde financeira em 2020. Com os fechamentos, muita coisa foi colocada à venda e, enquanto muitos dos nossos concorrentes fecharam as portas ou reduziram as operações, conseguimos conquistar ‘casas’ que seriam muito difíceis”, afirma Marco Bordon, fundador da empresa que oferece locais diferentes para eventos de até 1.000 pessoas.
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Depois de aumentar o faturamento em 30% em 2023, a empresa projeta dobrar de tamanho em 2024 e faturar R$ 120 milhões. Para isso, vai expandir o número de espaços em seu portfólio para 30 até dezembro.
Mas, antes de entrar efetivamente no portfólio, cada casa de evento recebe um investimento de cerca de R$ 3 milhões para se adequar ao padrão da empresa que hoje possui locais em todas as regiões de São Paulo, além de Itu, no interior, Porto Alegre, Curitiba, Vitória e Balneário Camboriu. Outras localidades, como Brasília, também estão no radar da empresa. “Mas nosso foco ainda é São Paulo. Teremos 25 espaços na capital até o fim do ano”, afirma.
O modelo de negócio é baseado em oferecer todas os serviços necessários para o evento. O cliente escolhe um dos locais disponíveis da empresa que cuida desde a decoração até alimentos, bebidas e cerimonialista. “Verticalizamos tudo: de cenografia a DJ. Somos facilitadores do cliente. Quem já organizou uma festa de casamento sabe quantos fornecedores precisa gerir. Nossa proposta é fazer toda essa gestão – e por um preço menor, porque meus contratos não são por apenas um evento”, afirma. Com isso, uma das principais avenidas de crescimento são os eventos de pessoas físicas que, antes, eram 20% das produções e agora já são 30%.
Com a meta de crescer 50% a cada ano, a empresa também aumentou em 50% o número de funcionários. Os números da empresa impressionaram Alexandre Liuzzi, co-fundador da Remessa Online e sócio da Ebanx, que decidiu investir no Grupo PHD. Depois de empreender resolvendo um problema que já existia – o de envio de valores para o exterior – e escalar o negócio com tecnologia, Liuzza estava buscando oportunidades de replicar a experiência. “O mercado de eventos ainda é pouco digitalizado e há muito espaço para melhorar a experiência dos usuários”, afirma. “Temos a ambição de fazer dois eventos ao dia ao longo do ano e há muitos valores sendo movimentados dentro da própria cadeia, com diferentes fluxos de pagamentos, e possibilidade de soluções de crédito”, afirma.
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Tendências do setor
Depois de passar por um período dramático entre 2020 e 2021, a tendência para o setor, segundo Bordon, é buscar espaços mais versáteis. “Nem todo cliente quer um espaço grande. Há muitos clientes, inclusive corporativos, optando por eventos menores, com transmissão digital, por exemplo. Mas isso não significa que estão gastando menos: a Samsung, por exemplo, fez um evento conosco para 1.000 pessoas dois anos atrás e, este ano, usou o mesmo orçamento para um evento com 200 pessoas, mas investindo em cenografia, espaços imersivos, etc”, afirma.
O ticket médio da clientela varia entre R$ 200.000 e R$ 250.000 e os eventos costumam atender entre 100 e 1.000 pessoas.
A ideia
O negócio surgiu em 2017, quando Bordon observou a proliferação de bares na cobertura de edifícios, os chamados ‘rooftops’. “No meu último ano de faculdade, junto com o Bruno Amorim, fizemos um laboratório, estudamos mais de 10 espaços do tipo, e criamos o Teto Rooftop Lounge, um bar de coquetelaria que já ganhou diversos prêmios”, afirma.
Agora, após investir mais R$ 16 milhões em mobília, som, iluminação e reforma das novas casas, o grupo quer comemorar. E, de festa, eles parecem entender bem.
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