Pular para o conteúdo principal

Lucro por ação do S&P 500 tem maior alta desde 2021; vale comprar agora?

Computador com tela de ações em alta

O crescimento do lucro por ação (LPA) do S&P 500 foi de 11,8% no segundo trimestre deste ano, bastante acima dos 8,6% esperados no início da temporada. Segundo dados levantados pela XP, trata-se do maior valor desde o quarto trimestre de 2021. 

Antes do início da temporada de resultados, o mercado tinha uma estimativa de LPA do S&P 500 de US$ 58,45, informa o estrategista-global da XP, Paulo Gitz, em relatório. Conforme as empresas foram reportando seus balanços, os números reais foram substituindo as estimativas e o trimestre encerrou com US$ 60,10 de LPA, uma surpresa em relação ao esperado inicialmente.  

Leia também: S&P 500 deve ir a 6.000, diz Morgan Stanley, que vê potencial nessas 4 ações

O levantamento mostra que 49% das empresas superaram as estimativas de receita, com tecnologia e saúde sendo os destaques positivos, com mais de 60% de valores acima das expectativas. No caso dos lucros, 80% das companhias americanas superaram as projeções, com saúde saindo na frente também, mas o setor financeiro sendo um dos mais fortes neste indicador.  

De modo geral, big techs continuaram entregando crescimentos relevantes de lucro e receita, com tecnologia avançando 20,1% e Nvidia (NDVA34) à frente, superando em 4,2% as projeções de receitas e em 5,4% o LPA. Setores menos óbvios também apresentaram bons números, como utilidades públicas (+20,9%), financeiro (+17,7%) e saúde (+17,1%).  

As reações no mercado não foram positivas para os números de Nvidia, Microsoft (MSFT34) e Alphabet (GOGL34), mesmo com os dados benéficos. Foi uma questão de “surpresa aquém do desejado”. Porém, segundo Gitz, “o setor se manteve resiliente no segundo semestre, e apesar de declínio marginal na magnitude das surpresas, se manteve como um dos principais impulsionadores da surpresa dos resultados”.  

No setor financeiro, o estrategista da XP destacou que o lucro dos bancos americanos foi impulsionado pelo segmento de mercados de capitais, “que foi destaque após alguns trimestres fracos”.  

Já em saúde, as farmacêuticas foram destaque, com o desempenho positivo de medicamentos individuais, como as drogas de emagrecimento GLP-1. Além disso, Johnson & Johnson foi uma surpresa com os medicamentos para câncer e psoríase. 

Investir em S&P 500 agora? 

Dados muito bons, empresas indo muito bem, mas “um fenômeno interessante e que não ocorreu nas temporadas anteriores” aconteceu nessa, afirma Gitz. O mercado revisou para baixo as expectativas de LPA no terceiro e quarto trimestres de 2024.

As estimativas para o terceiro trimestre caíram 2,6%, para US$ 61,05, enquanto as projeções para o quarto trimestre diminuíram em 1,2%, a US$ 63,91.  

O relatório atribui o fenômeno a duas situações: guidances mais conservadores das empresas em suas teleconferências de resultados e continuidade do processo de desaceleração da economia americana. 

“Vale notar que, com as revisões baixistas, o mercado agora espera uma grande desaceleração em termos de crescimento interanual no 3º tri: de +11,8% para +5,2%, com uma reaceleração nos trimestres seguintes”, diz o relatório da XP.

Desse modo, quem espera distribuições de lucros mais fortes precisa ajustar expectativas para o curto prazo. No entanto, num horizonte maior de tempo, a situação pode voltar a ser atrativa.

Isso porque, apesar das revisões de LPA para baixo para este ano, as projeções de lucros do S&P 500 para os próximos anos não sofreu grandes mudanças. As estimativas para 2024 são de crescimento de 10,8% no lucro das empresas, de 15,3% em 2025 e de 12,3% em 2026.

The post Lucro por ação do S&P 500 tem maior alta desde 2021; vale comprar agora? appeared first on InfoMoney.



source https://www.infomoney.com.br/onde-investir/lucro-por-acao-do-sp-500-tem-maior-alta-desde-2021-vale-comprar-agora/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Após fim do EMBI+, novo indicador desponta como alternativa para medir risco

Qual o melhor termômetro para medir a volatilidade e os riscos de investir no Brasil (e em outros países)? Um bom caminho usado até meados do mês de 2024 era o Embi+, calculado pelo JPMorgan. Esta era a sigla para Emerging Markets Bond Index Plus, que significa Índice de Títulos de Mercados Emergentes Mais, basicamente medindo o desempenho de títulos públicos de economias emergentes. O índice auxiliava os investidores na compreensão do risco de investir em determinado país. Quanto mais alto fosse, maior seria o risco. A unidade de medida usada era ponto-base, trazendo a diferença entre a taxa de retorno dos títulos de países emergentes e a oferecida por títulos emitidos pelo Tesouro americano. A diferença constituía o spread, sendo essencialmente o Country Risk Premium, ou o Prêmio de Risco País. Contudo, o índice foi descontinuado em julho de 2024, fazendo com que o mercado perdesse uma boa referência sobre investimentos nos países emergentes. Uma alternativa a ser pensada num pr...

Dow Jones Futuro cai com temor de recessão e expectativa por decisão de juros nos EUA

Dow Jones Futuro recua com temor de recessão e expectativa por decisão de juros nos EUA Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta segunda-feira (17), com investidores à espera da decisão do Federal Open Market Committee (FOMC), que se reúne nesta semana. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa de juros no intervalo atual, entre 4,25% e 4,50%. No entanto, o mercado já precifica um possível início do ciclo de cortes a partir da reunião de 18 de junho. Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, há uma probabilidade de 57,7% para um corte de 25 pontos-base nessa data, com projeção de pelo menos mais um ajuste da mesma magnitude até o fim do ano. Também pesa sobre o mercado o comentário feito pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent , no domingo sobre não haver “nenhuma garantia” de que a maior economia do mundo evitará a recessão, apenas uma semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter se recusado a descartar uma possibilidade. Estados Un...

Nova tabela progressiva do IR atualiza faixa de isenção da PLR; veja o que muda

Com a atualização da base da tabela progressiva para o Imposto de Renda, a Receita Federal também ajustou a tributação para quem ganha a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) das empresas. Em fevereiro, o governo federal aumentou a primeira faixa da tabela progressiva do IR para o ano que vem, que subiu dos atuais R$ 2.640 para R$ 2.824 — o dobro do salário-mínimo em vigor em 2024 (R$ 1.412). Depois, através de uma instrução normativa, atualizou também a primeira faixa da tabela para PLRs. A mudança está válida desde fevereiro deste ano e passa a impactar os valores informados na declaração de IR 2025. A PLR é um valor pago de “bônus” aos profissionais e fica retida na fonte, ou seja, é tributada antes de cair na conta do beneficiado. A faixa de isenção atual da PLR é de R$ 7.404,11 e passará a ser de R$ 7.640,80. As outras faixas de tributação permanecem iguais. Veja a tabela válida para o IR 2025: Valor do PLR anual (em R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do impos...