As eleições municipais de 2024 têm uma disputa de hegemonia entre siglas de “centro” e de direita pelo controle de prefeituras estratégicas nos 26 estados.
Destaques no primeiro turno, PL, União Brasil, MDB e PSD agora tentam ampliar a participação conquistada nos grandes municípios − o chamado G-103, grupo das cidades com mais de 200 mil eleitores.
É nessas localidades que existe a possibilidade de disputa em segundo turno para cargos majoritários, caso nenhum candidato atinja a maioria absoluta dos votos válidos (ou seja 50% +1 dos votos, excluindo brancos e nulos) na primeira votação, conforme estabelece a Constituição Federal.
Nas atuais eleições municipais, são 51 disputas em segundo turno (nas outras 52 cidades, um candidato já foi eleito), com o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 22 delas − além das 10 que já conquistou direto em primeiro turno.
O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é o segundo partido com mais representantes em disputas no G-103: 13. Mas o desempenho fraco no primeiro turno (com apenas 2 cidades de grande porte conquistadas) deve comprometer o resultado da sigla, que pouco recuperou desde o baque de 2016.
No G-103, disputam com o PL o controle do maior número de prefeituras o União Brasil, que elegeu 7 prefeitos no primeiro turno e agora disputa outras 11 cidades de grande porte, o PSD, que venceu 6 disputas e está em outras 10, o MDB, com 5 eleitos e 10 representantes no segundo turno, e o PP, com 7 eleitos e 6 ainda disputando.
Já nas capitais, foi o PSD, sigla de Gilberto Kassab, que largou na frente no primeiro turno, com 3 prefeitos já eleitos: Eduardo Paes, no Rio (RJ), Eduardo Braide, em São Luís (MA), e Topázio Neto, em Florianópolis (SC).
Agora o partido tenta eleger outros 2 representantes, em busca não apenas da hegemonia no quadro geral de prefeituras (que já tem garantida), mas também das capitais, com pelo menos 878 eleitos.
Também disputa a liderança nas capitais o PL, que já elegeu 2 prefeitos no primeiro turno e tem outros 9 representantes tentando o controle do Poder Executivo em nível local.
União Brasil e MDB elegeram o mesmo número de prefeitos em 6 de outubro e também tentam a marca de maior número de representantes nas capitais. O primeiro partido tem 4 candidatos no segundo turno, um a mais do que a outra legenda.
Além da busca pelo crescimento em administrações municipais, eleições locais costumam mobilizar grandes esforços dos partidos políticos no plano nacional, já que há forte correlação entre desempenho nas disputas por prefeituras e assentos nas Câmaras Municipais e as eleições para cargos no Congresso Nacional dois anos depois.
No caso das disputas por capitais, a regra se acentua, já que essas localidades concentram grandes contingentes de eleitores, o que as coloca como palanques relevantes para campanhas de deputados e senadores.
Os pleitos municipais também costumam dar importantes indicativos sobre lideranças políticas emergentes nos partidos, que poderão influenciar em disputas para Legislativo e Executivo nos níveis estadual e nacional.
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