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Qual é o pior uso da IA? Tentar delegar tudo, diz especialista

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Graduado em música, com MBA em gestão cultural, Neylson Crepalde acabou seguindo seus estudos com mestrado em sociologia. “O programa tinha uma pegada muito forte de análise quantitativa”, conta.

O doutorado foi de sociologia econômica e das organizações. “Foi aí que me aprofundei em programação”, diz.

Em 2017, entrou no mercado com o nome de cientista de dados. Hoje, ele é estrategista sênior IA (inteligência artificial) generativa na Amazon Web Services (AWS), e professor da Faculdade XP.

IA é para acelerar

“Qual a forma mais eficiente de usar a IA generativa”, ele se pergunta, para em seguida responder:

“Devo usar para me acelerar, potencializar meu trabalho. Posso fazer um texto científico com IA generativa, mas o errado é achar que a primeira coisa que ela vai me entregar é a versão final. Pelo contrário: é o rascunho. Quem vai trabalhar na versão final sou eu.”

Neylson Crepaldo participou do programa AcelerAI, do canal XP Educação, apresentado por Diogo França, CTO e head de produtos da Faculdade XP. O acadêmico conta que a música, onde se especializou em regência, foi muito importante na vida dele porque ela “é extremamente matemática”.

“Além disso, tem a parte artística, da criação, a sensibilidade. Mas o mais importante foi aprender a perceber as nuances da vida, das pessoas, dos contextos”, argumenta.

Ele conta que na época de estudante de pós-graduação, também produzia muito conteúdo e estudava modelos estatísticos tradicionais, que são muito a base para o machine learning, elemento fundamental para automatização da IA.

Usar a técnica

“Vejo muita gente trabalhando com IA generativa, mas trabalhando de uma maneira errada. O pessoal quer delegar suas atividades para a IA. Essa é a pior abordagem possível.”

Ele diz que usa bastante IA generativa no dia a dia, mas, por exemplo, escrever e-mail, para públicos diferentes, definindo o tom de texto. “Reviso, corrijo e mudo. Se fosse escrever um e-mail eu gastaria 15 minutos, com IA generativa gasto três minutos”, afirma.

“A gente tem que usar a técnica para acelerar. Quem produz sou eu não a IA”, diz. O especialista afirma que a capacidade de execução da IA generativa é ainda muito limitada.

“Para ter bons resultados a gente precisa ter o seu prompt engeneering (método de treinamento)”, exemplifica. “Tem gente que se sente ameaçada, mas essa conversa não cabe. A IA não vai substituir ninguém. O objetivo é potencializar essas pessoas, trazer outras possibilidades”, afirma.

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“Assistentes” de IA

“Essas pessoas vão produzir melhor, com mais qualidade, mais rápido, com mais eficiência”, complementa. Ele conta que existem várias empresas no mercado trabalho com “assistentes” baseados em IA para seus funcionários para trazer mais eficiência.

“O caso mais comum é assistente de desenvolvimento de código. Eu uso há algum tempo. É maravilhoso. A gente fica produtivo”, diz.

Na área de investimento, Neylson Crepaldo explica que há vários temas para serem compreendidos, como investimento, taxação, de valuation de empresa, perfis de investidor, entre outros, com regulamentações e manuais.

“Hoje, o pessoal coloca isso como camada de conhecimento para um modelo de IA generativa, cria uma assistente e ela está pronto para ajudar”, diz.

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Gerar valor

“Toda iniciativa de inteligência artificial que a gente faz no mercado ela pode ser vista como um projeto. Nosso time basicamente trabalha com projetos. E o que faço é liderar a estratégia de negócio desse projeto. É pensar sempre a tecnologia aplicada para gerar valor ao negócio”, explica seu trabalho na Amazon.

O estrategista afirma que no dia a dia discute-se muito em seu trabalho avaliações, métricas, relevâncias, correções e outras questões. “Hoje, a gente começa a ter outros tipos de problemas relacionados à governança, riscos legais e IA responsável”, cita, complementando que a questão de segurança de ataques cibernéticos do IA também entrou na pauta da tecnologia.

“Melhor forma de começar no IA é aprender sobre a tecnologia, os modelos a desenvolver”, diz. “No aprendizado as pessoas acham que é quando se faz sozinho. Não é. Aprendizado é potencializado quando se faz em comunidade. Então, estar no MBA é legal porque vai ter uma rede de colegas olhando o mesmo problema com uma perspectiva diferente da sua”, destaca.

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