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Investir no exterior: renda fixa e 7 ações gringas recomendadas após Trump e juros

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A semana foi agitada no cenário político e econômico. Após os Estados Unidos escolherem Donald Trump como seu novo presidente, o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) decidiu cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4,50% e 4,75%, assim como esperado pelo mercado. Já no Brasil, o Banco Central aumentou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25%.

Essa nova configuração, segundo especialistas, respinga nos investimentos da Terra do Tio Sam. A renda fixa pode ser beneficiada, já que há expectativa de abertura na curva de juros por causa da política fiscal de Trump, focada em corte de impostos e medidas protecionistas (como a taxação de importações), o que pode gerar inflação. Para a renda variável, alguns setores específicos da bolsa americana podem se sair melhor, como tecnologia, defesa, energia e infraestrutura, devido a possíveis incentivos.

Renda fixa

Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, disse que títulos de renda fixa de curto e médio prazo podem se destacar, pois são menos sensíveis à variação de taxa de juros. “Os tesouros americanos, com o vencimento de 1 a 5 anos, podem oferecer um equilíbrio entre risco e retorno. Prazos mais longos do que isso, acima de 5 anos, têm uma volatilidade muito alta”, disse.

Além disso, falou, os títulos corporativos de alta qualidade de crédito também podem ser considerados, desde que o investidor esteja atento ao risco desses títulos.

Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, vai na mesma linha. Ele disse que a abertura das curvas de juros americanos, em meio à política expansionista de Trump, “abre um potencial investimento lá na frente, em juros mais altos nos Estados Unidos”. Mas neste momento vislumbra “alguma queda no rendimento para quem já está aplicado”. O dólar, que disparou nesta semana após a vitória do conservador, também “vai ser mais forte”, projetou o especialista.

Leia também:

Selic sobe para 11,25%: O que muda para o investidor de ações, renda fixa e fundos

Bolsa

O lema de Trump de “fazer a América forte” também deve respigar nas ações. A escolha dos papéis, no entanto, deve ser feita de forma cuidadosa, segundo Lage. “Tem que notar a volatilidade do mercado devido à incerteza política, econômica e inflacionária. Então, investir na bolsa americana é vantajoso se for diversificado, verificando o potencial de risco e retorno, evitando as ações que já renovaram máximas históricas e olhando aquelas que estão ainda com um bom upside (potencial de alta) para baixar esse risco”.

Destaques

Todos os meses, o InfoMoney compila as carteiras internacionais recomendadas por instituições que acompanham as companhias globais. Elas foram publicadas entre o final de outubro e o início de novembro ─ portanto, antes das eleições e das decisões de política monetária. No entanto, boa parte dos portfólios menciona as eleições e o cenário de queda de juros nos EUA e alta no Brasil.


Confira a lista completa das 7 ações internacionais mais recomendadas para novembro:

Empresa N° de recomendações* Retorno nos últimos 30 dias**
Amazon (AMZO34) 6 16,86%
Microsoft (MSFT34) 5 5,37%
JPMorgan (JPMC34) 5 21,78%
Disney (DISB34) 4 8,68%
Nvidia (NVDC34) 4 22,77%
Eli Lilly (LILY34) 4 -9,31%
Berkshire Hathaway (BERK34) 4 6,32%
Fontes: Itaú BBA, XP, Genial, BTG Pactual, Santander, GeoCapital, Toro, Safra Corretora, Terra Investimentos, Nomos, Empiricus
Cotações: TradingView
Data de corte: 7/11/24, às 9h
*Cotações dos BDRs

Amazon (AMZO34)

Segundo a equipe de research do BTG Pactual, três teses sustentam o investimento na multinacional de tecnologia norte-americana: “Crescimento dos serviços de computação na nuvem, as novas avenidas de crescimento em inteligência artificial (IA) e o crescimento das operações de streaming via Amazon Prime”.

Microsoft (MSFT34)

A big tech é um bom negócio, de acordo com o Santander, porque sua margem operacional gera lucro econômico e a empresa vem “acelerando a transformação de negócio de venda tradicional de softwares para assinaturas, o que gera receitas mais recorrentes”.

JPMorgan (JPMC34)

Segundo a Toro Investimentos, a posição de destaque do banco frente a seus pares gera vantagens para a empresa na oferta de serviços. Além disso, segundo a casa, o banco continua realizando aquisições importantes e estratégicas, e, nesse cenário de incerteza em relação ao sistema financeiro global, traz “múltiplos atrativos”.

Disney (DISB34)

A empresa foi uma das escolhidas da Terra Investimentos. Segundo a casa, a companhia é uma boa opção por ter se tornado o maior conglomerado de mídia e entretenimento do planeta por receita após a compra da 21st Century Fox.

Nvidia (NVDC34)

De acordo com o Itaú BBA, nos meses de agosto e outubro, o BDR da companhia de tecnologia acionou um padrão gráfico chamado “bandeira” (que indica período de consolidação) e voltou a negociar em tendência de alta no curto prazo. “Aproveitamos esse gatilho gráfico para incluir NVDC34 em nosso portfólio, com objetivos projetados para R$ 22,50 e R$ 27,35″ O BDR era negociado a R$ 17,30 na quinta-feira (7).

Eli Lilly (LILY34)

A Safra Corretora disse que está otimista com os novos medicamentos da companhia para terapias de estágio avançado. De acordo com a equipe da cassa, essas inovações podem complementar os 10 principais medicamentos atuais que representam a maior parte das vendas totais. “Essencialmente, a tese para a companhia está fortemente focada no desenvolvimento futuro do pipeline, além do crescimento contínuo dos principais produtos atuais.”

Berkshire Hathaway (BERK34)

A companhia é um bom negócio, segundo o Santander, porque “utiliza a geração de caixa de suas operações para adquirir ativos nos mercados de capitais de forma oportunística, em setores como alimentação, serviços financeiros, petróleo & gás e, mais recentemente, tecnologia.”

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