Pular para o conteúdo principal

“Um erro”: Bernard Arnault recebe carta de Warren Buffett sobre aposentadoria aos 80

“Quem vem a seguir?”

Essa é a única pergunta que os especialistas em luxo e os amantes da moda têm sobre a maior empresa do setor, a LVMH.

A gigante com sede em Paris sempre foi liderada pelo fundador e CEO Bernard Arnault, o patriarca de 75 anos, que também é uma das pessoas mais ricas do mundo (ele chegou a liderar a lista dos mais ricos no ano passado).

Dado o poder da LVMH como uma das empresas mais valiosas da Europa e proprietária de algumas das marcas de luxo mais amadas, todos — de investidores a consumidores — estão interessados no futuro da empresa.

Os filhos de Arnault estão envolvidos no negócio familiar, e a maioria também faz parte do conselho da LVMH. Isso gerou paralelos com o programa de TV “Succession” e teorias sobre quem poderia assumir o comando da empresa.

Mas ainda vai levar um tempo até que haja respostas definitivas, porque Arnault não planeja se aposentar. E, embora o chefe da LVMH esteja ciente das especulações sobre seu sucessor, ele diz que o veredito ainda não foi dado.

“Eu tenho cinco membros da família trabalhando no grupo. Vamos ver se algum deles pode assumir,” Arnault disse à Bloomberg em uma entrevista publicada neste verão.

Como é comum entre fundadores-CEOs, Arnault vê a LVMH como seu “bebê”. Ele passa dias de 12 horas gerenciando a empresa que transformou em um conglomerado global com € 86,2 bilhões (US$ 92,17 bilhões) em receita no ano passado.

O chefe do luxo fez com que o conselho da LVMH estendesse a idade de aposentadoria para seu presidente e CEO (ou seja, ele mesmo) de 75 para 80 anos, apenas para poder ficar mais tempo. Depois disso, Arnault recebeu uma carta de Warren Buffett, então com 93 anos, o lendário investidor e fundador da Berkshire Hathaway, alertando que era um erro porque a idade limite era muito baixa, segundo a Bloomberg.

Preparando os herdeiros

O futuro é inevitável — assim como a eventual sucessão na LVMH.

A empresa tem reformulado sua liderança, incluindo a contratação da ex-CFO da Danone, Cecile Cabanis, como próxima na linha para substituir o CFO de longa data Jean-Jacques Guiony.

No entanto, a família Arnault ainda mantém um controle apertado sobre a LVMH, com cerca de 64% dos direitos de voto e 48% de participação acionária da empresa. A estrutura da holding do conglomerado, Agache, foi alterada para se parecer com uma sociedade limitada, o que dá mais poder até mesmo aos pequenos acionistas.

Os Arnaults da segunda geração também têm assumido papéis importantes na empresa ao longo dos anos.

Delphine, 49 anos, é presidente e CEO da Christian Dior Couture, parte do segmento mais lucrativo da LVMH, que abrange moda e artigos de couro.

Antoine, 47 anos, é o diretor de imagem e meio ambiente do conglomerado, tendo sido fundamental para a LVMH fechar uma parceria com as Olimpíadas.

Alexandre, 32 anos, é o vice-presidente executivo da marca de joias Tiffany & Co.

Frédéric, 29 anos, lidera as marcas de relógios da LVMH, incluindo Tag Heuer e Hublot, onde o irmão mais jovem, Jean, de 25 anos, é diretor.

Além de Jean, quatro dos cinco filhos estão no conselho da LVMH.

A sucessão da LVMH pode ser envolta em mistério, mas sabemos quem são os jogadores e as apostas em decidir quem assumirá o comando de Arnault. O patriarca não está com pressa de sair, então teremos que esperar e observar.

Esta história foi originalmente publicada em Fortune.com em 26 de junho de 2024.

c.2024 Fortune Media IP Limited
Distribuído por The New York Times Licensing Group

The post “Um erro”: Bernard Arnault recebe carta de Warren Buffett sobre aposentadoria aos 80 appeared first on InfoMoney.



source https://www.infomoney.com.br/business/global/um-erro-bernard-arnault-recebe-carta-de-warren-buffett-sobre-aposentadoria-aos-80/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Após fim do EMBI+, novo indicador desponta como alternativa para medir risco

Qual o melhor termômetro para medir a volatilidade e os riscos de investir no Brasil (e em outros países)? Um bom caminho usado até meados do mês de 2024 era o Embi+, calculado pelo JPMorgan. Esta era a sigla para Emerging Markets Bond Index Plus, que significa Índice de Títulos de Mercados Emergentes Mais, basicamente medindo o desempenho de títulos públicos de economias emergentes. O índice auxiliava os investidores na compreensão do risco de investir em determinado país. Quanto mais alto fosse, maior seria o risco. A unidade de medida usada era ponto-base, trazendo a diferença entre a taxa de retorno dos títulos de países emergentes e a oferecida por títulos emitidos pelo Tesouro americano. A diferença constituía o spread, sendo essencialmente o Country Risk Premium, ou o Prêmio de Risco País. Contudo, o índice foi descontinuado em julho de 2024, fazendo com que o mercado perdesse uma boa referência sobre investimentos nos países emergentes. Uma alternativa a ser pensada num pr...

Dow Jones Futuro cai com temor de recessão e expectativa por decisão de juros nos EUA

Dow Jones Futuro recua com temor de recessão e expectativa por decisão de juros nos EUA Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta segunda-feira (17), com investidores à espera da decisão do Federal Open Market Committee (FOMC), que se reúne nesta semana. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa de juros no intervalo atual, entre 4,25% e 4,50%. No entanto, o mercado já precifica um possível início do ciclo de cortes a partir da reunião de 18 de junho. Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, há uma probabilidade de 57,7% para um corte de 25 pontos-base nessa data, com projeção de pelo menos mais um ajuste da mesma magnitude até o fim do ano. Também pesa sobre o mercado o comentário feito pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent , no domingo sobre não haver “nenhuma garantia” de que a maior economia do mundo evitará a recessão, apenas uma semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter se recusado a descartar uma possibilidade. Estados Un...

Nova tabela progressiva do IR atualiza faixa de isenção da PLR; veja o que muda

Com a atualização da base da tabela progressiva para o Imposto de Renda, a Receita Federal também ajustou a tributação para quem ganha a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) das empresas. Em fevereiro, o governo federal aumentou a primeira faixa da tabela progressiva do IR para o ano que vem, que subiu dos atuais R$ 2.640 para R$ 2.824 — o dobro do salário-mínimo em vigor em 2024 (R$ 1.412). Depois, através de uma instrução normativa, atualizou também a primeira faixa da tabela para PLRs. A mudança está válida desde fevereiro deste ano e passa a impactar os valores informados na declaração de IR 2025. A PLR é um valor pago de “bônus” aos profissionais e fica retida na fonte, ou seja, é tributada antes de cair na conta do beneficiado. A faixa de isenção atual da PLR é de R$ 7.404,11 e passará a ser de R$ 7.640,80. As outras faixas de tributação permanecem iguais. Veja a tabela válida para o IR 2025: Valor do PLR anual (em R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do impos...