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Como – e quanto – investir no Tesouro Direto para comprar um carro em 2025?

Ao comprar um carro, é fácil saber que o pagamento à vista é mais vantajoso do que os financiamentos, que geralmente significam juros altos. A parte difícil é ter o dinheiro para pagar o veículo de uma vez só. Os investimentos no Tesouro Direto podem ajudar os consumidores, mas é preciso se organizar e escolher o melhor título para alcançar o objetivo. 

O carro zero mais barato do Brasil hoje é o Citroën C3, que tem versões a partir de R$ 70,5 mil. O Mobi, da Fiat, e o Renault Kwid vêm logo depois, na faixa dos R$ 75 mil, valor que pode ser, portanto, referência para a compra de um popular novo ou outra opção no mercado de seminovos. 

Segundo o Banco Central, os bancos cobram de 0,76% a 3,56% ao mês nos financiamentos de veículos. Considerando taxa de 1,5% ao mês e uma entrada de 20%, os brasileiros pagam R$ 93,08 mil ao longo de três anos para ter um carro de R$ 75 mil. 

Leia também: Quanto custa ter um carro? Calcule os gastos recorrentes

Para quem tem tempo, organização e folga no orçamento, um carro pode sair bem mais em conta, por até R$ 50,90 mil, mas há o título certo para te levar ao carro quitado mais rapidamente. 

Quanto investir para comprar um carro zero?

Os principais títulos do Tesouro Direto têm características de remuneração diferentes. O mais conhecido é o Tesouro Selic, que paga ao investidor a variação da taxa básica de juros, hoje em 13,25%. Já o Tesouro IPCA+ paga a variação da inflação mais uma taxa prefixada, atualmente em 7,48% ao ano no vencimento mais curto. Por fim, o Tesouro Prefixado tem a 100% da remuneração contratada no momento da compra do papel. Hoje, o título mais curto paga 14,59% ao ano. 

Ao considerar um aporte único, os juros atuais do Tesouro IPCA+ transformam R$ 50,90 mil em R$ 75 mil até maio de 2029, vencimento mais próximo entre os títulos disponíveis para compra. Se o investidor aplicar R$ 15 mil e outros R$ 855,88 todo mês também chega no objetivo final. Veja a simulação com outros papéis em cenários com e sem aportes mensais: 

Título Aporte inicial Aportes mensais R$ 75 mil em
Tesouro Selic R$ 55.702,07 março/2028
Tesouro Prefixado R$ 54.206,62 janeiro/2028
Tesouro IPCA+ R$ 50.904,34 maio/2029
Tesouro Selic R$ 15.000,00 R$ 1.331,92 março/2028
Tesouro Prefixado R$ 15.000,00 R$ 1.360,19 janeiro/2028
Tesouro IPCA+ R$ 15.000,00 R$ 855,88 maio/2029
Financiamento R$ 15.000,00 R$ 2.169,14
Fontes: Tesouro Direto, Banco Central

É importante ponderar que os títulos usados na simulação não têm o mesmo prazo de vencimento, o que diminui os aportes necessários nos mais longos. Mas a conta considera os prazos diferentes porque são as condições que o investidor encontra ao acessar o Tesouro Direto hoje e não é possível calcular o retorno exato dos papéis prefixados e atrelados à inflação com resgate antecipado por conta da marcação a mercado. 

Ainda é preciso considerar que os cálculos usam as taxas atuais dos títulos públicos, que podem variar conforme a data de aplicação. João Guilherme Caenazzo, sócio da Aware Investments, explica que “o descasamento entre os vencimentos dos ativos e a data de realização do objetivo pode levar à necessidade de resgates antes do prazo e aumentar o risco de perdas”. 

Qual o melhor título para comprar um carro? 

Antes de ir às compras no mercado financeiro, é preciso estabelecer um prazo para alcançar o objetivo. Especialistas ouvidos pelo InfoMoney dizem que este é o principal fator na escolha entre Tesouro Selic, IPCA+ ou Prefixado. 

“O Tesouro Selic é a melhor alternativa para juntar uma quantia em prazos curtos ou médios”, diz Rafael Winalda, especialista em renda fixa do Inter. Ele argumenta que o título não sofre marcação a mercado, o que ajuda o investidor a se planejar melhor. Caenazzo ainda lembra que os pós-fixados acompanham a taxa básica de juros, oferecem boa liquidez e menor volatilidade.

Se o investidor não tiver pressa para andar de carro novo, o Tesouro IPCA+ é a melhor opção, segundo Fernando Bento, CEO e sócio da FMB Investimentos, que recomenda os títulos atrelados à inflação para investimentos acima de três anos por “garantir uma rentabilidade acima da inflação e proteger o poder de compra’. 

Winalda diz que os prefixados também podem ser usados por permitirem “projetar mais facilmente quanto, de fato, o investidor terá na data em que sacar” a aplicação”.

Mas as aplicações no Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado demandam mais cuidado, alertam os analistas. Guylherme Mattos, matemático e especialista em investimentos, argumenta que a marcação a mercado pode fazer com que o investidor resgate um valor menor do que investiu caso saia da aplicação antes do vencimento. 

Por outro lado, Mattos lembra que os títulos de inflação são importantes para proteger o perder de compra e “se você tem um título que paga IPCA + 7% e em dois anos a taxa do papel está em IPCA + 4%, seu título está valendo mais”. 

Portanto, além do prazo do investimento, o apetite por risco e as projeções econômicas do investidor também pesam na escolha. Por isto, Fernando Bento recomenda o Tesouro Prefixado “apenas se houver convicção de que os juros não subirão mais no período de investimento, o que pode ser incerto”. 

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