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China foca reforçar influência em países dependentes na América Latina, diz analista

Arthur Carvalho, economista-chefe da Truxt Investimentos, afirmou que a China está cada vez mais focada em consolidar sua influência geopolítica sobre países dependentes, especialmente na América Latina e na África. Segundo ele, a estratégia chinesa está clara: fortalecer sua posição nesses continentes para expandir seu poder econômico e diplomático.

As declarações foram dadas durante o programa Stock Pickers, apresentado por Lucas Collazo e Henrique Esteter. O economista destacou que os esforços chineses de diplomacia com a Índia têm se mostrado menos efetivos, enquanto a relação com países latino-americanos e africanos ganha mais robustez.

Alvo chinês

Carvalho ressaltou que um exemplo dessa postura é a controvérsia envolvendo o Canal do Panamá, onde uma empresa chinesa que controlava um porto estratégico cobrava altas taxas de espera para a entrada no canal. A iniciativa fazia parte do projeto One Belt One Road, que promove investimentos subsidiados em infraestrutura global. Contudo, o governo do Panamá já decidiu não renovar a concessão, rompendo com o programa chinês.

Para o economista, o episódio ilustra o foco da China em regiões onde sua influência é mais contundente, como América Latina e África. Em contraste, a Índia se mantém menos suscetível ao controle chinês, reforçando sua postura independente. “A China gosta de relações onde tem mais controle e consegue se impor melhor. A Índia não é esse caso”, afirmou Carvalho.

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Outro aspecto abordado foi a relação conturbada entre China e Índia, marcada por tensões históricas envolvendo disputas de fronteira. Carvalho destacou que os encontros diplomáticos entre os dois países frequentemente acabam centrados nessas divergências, impedindo avanços significativos em cooperação econômica ou geopolítica.

Esforços diplomáticos

Segundo ele, a China prefere investir seus esforços diplomáticos em países onde pode obter resultados mais concretos. “A Índia tem uma estrela própria e não depende tanto da China”, explicou o economista, ressaltando que as placas tectônicas da geopolítica estão em constante movimento, mas o foco chinês parece estar consolidado na América Latina e na África.

Além dos movimentos geopolíticos, Carvalho abordou o desempenho econômico da China. Após um crescimento de apenas 2% no ano passado, o economista prevê uma recuperação cíclica para cerca de 3,5% neste ano. Segundo ele, o mercado está ajustando seu pessimismo exagerado diante dos sinais de retomada econômica.

Nos Estados Unidos, a postura volátil do governo Trump, com políticas que vão e vêm, também gera incertezas no mercado. Para Carvalho, essa oscilação causa insegurança no empresariado, que busca estabilidade para planejar seus investimentos. “É importante separar o que é estrutural do que é cíclico”, ressaltou o economista, destacando a importância de acompanhar os movimentos econômicos globais com cautela.

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