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Na infância, assessor chegou a viver na beira da estrada; hoje, ele gere R$ 130 mi

Marcos Moreira lembra que para estudar para conquistar a primeira certificação do mercado financeiro, a CPA-10, usava a rede WI-FI da vizinha para ter acesso ao conteúdo da prova na internet. Ele morava de favor na casa da tia em Goiânia (GO).

Nascido em São Miguel do Araguaia, a quase 500 km de distância da capital goiana, foi ainda criança para o norte do Mato Grosso. Seu pai, produtor rural, tentava a sorte naquela região. Mas não deu certo. Com dificuldade e sem propriedades, viveu por um tempo na beira da estrada, acampado.

Em 2015, ao chegar na capital do estado em que nasceu, foi trabalhar como vendedor em uma loja de material de construção. No ano seguinte, após buscar a CPA-10 e, em seguida, a CPA-20, as duas certificações básicas da Anbima para atuar na comercialização e distribuição de produtos financeiros, decidiu ir de agência em agência bancária entregar seu currículo.

Jovem gerente

“Pegava senha para falar com o gerente como se quisesse abrir uma conta, mas na verdade estava entregando currículo”, recorda. Acabou ingressando no banco Santander como gerente de carteira, tornando-se um dos mais jovens da instituição na função, com apenas 21 anos.

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Quando entrou no Santander ele ainda cursava contabilidade, área que veio a se formar. No banco espanhol, tornou-se destaque como melhor gerente do Centro-Oeste. Naquela ocasião, ele já achava que a alta concentração bancária dava indícios que ia mudar.

Foi aí que começou a observar o mercado financeiro de forma mais atenta e ampla. Em 2017, havia tirado a CEA, certificação da Anbima para especialista de investimentos.

“Passei a me interessar pelo modelo de assessoria em 2018, mas tinha acabado de entrar em outro banco”, recorda. Moreira havia sido convidado para integrar a equipe do Itaú Personnalité, instituição na qual também se destacou como gerente. Em 2019, tirou a CFP (certificação de planejador financeiro).

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Assessoria de investimentos

Foi em 2020 que partiu para assessoria de investimentos, indo trabalhar em um escritório. Em 2023, foi premiado pela XP como um dos melhores assessores do país. No início do ano passado também tirou a CFA, certificação global de analista financeiro detida por poucos profissionais no Brasil e que exige muito estudo.

“Quando cheguei em Goiânia não imaginava que viraria assessor de investimentos. Naquela época não era tão comum ter alguém nessa atividade, principalmente aqui”

— Marcos Moreira, sócio da WMS Capital

Em maio do ano passado, abriu seu próprio escritório na capital goiana, o WMS Capital, credenciado à XP. Ele tem atualmente sob sua gestão R$ 130 milhões.

“Foi trabalho duro e dedicação”, resume Marcos Moreira, hoje com 30 anos. “O grande objetivo que sempre tive foi levar maior nível de conhecimento para mesa quando tivesse falando com os investidores”, ressalta ele o fato de acumular certificações importantes do mercado.

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Capital intelectual

“Hoje, o mercado financeiro é de capital intelectual. Não é mais um mercado de produto. Produto virou commodity. A diferença hoje é o capital intelectual, o nível de conhecimento, nível de capacitação, para quem está no front olhando o investidor”, explica. “As certificações me ajudam a entregar o melhor nível de qualidade”, ressalta.

“O profissional deve buscar ter conhecimento e a certificação é um caminho. Para quem quer ser um assessor de investimento precisa estudar e se capacitar para oferecer mais qualidade de serviço para o investidor”, reafirma.

Ele vê o mercado financeiro em plena expansão. “Nesse meio, profissionais que buscam construir relações sustentáveis e de longo prazo tendem a se destacar”, diz.

“Vi muita gente desistir da profissão. Achava que a carreira de assessor era de curto prazo. Mas não é. É efetivamente correr uma maratona”

— Marcos Moreira, sócio da WMS Capital

Para Marcos Moreira, é preciso ser eficiente no mercado. “É preciso construir estratégia sustentável para o investidor e entregar um portfólio completo de serviço e soluções”, diz. Só assim, segundo ele, é possível no longo prazo ser um profissional bem-sucedido.

“Ser assessor foi a melhor decisão que eu tomei”, afirma. “A indústria de investimentos vai crescer dois dígitos nos próximos dez anos. É um país ainda muito bancarizado e estamos num processo de desbancarização muito grande”, analisa.

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