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Adeus, fiador: OLX e Creditas se juntam para destravar mercado de garantia locatícia

Quem já precisou alugar um apartamento sabe a dor de cabeça que é para encontrar um fiador ou ter de deixar uma caução de até três meses para poder fechar o negócio. E isso se multiplica todos os anos, quando cerca de 6 milhões e contratos de locação de imóveis são fechados por todo o Brasil. Ao longo dos anos até surgiram algumas alternativas como o seguro fiança. Mesmo assim, ainda hoje quase 80% dos aluguéis utilizam os métodos antigos de garantias, o que acaba emperrando muitas vezes o fechamento dos contratos.

De olho nesse mercado de garantias, que tem potencial para movimentar até R$ 36 bilhões, o Grupo OLX e a Creditas se juntaram para dar um empurrão nos acordos, criando uma solução para atender o segmento. A Garantia Locatícia também deve dar mais poder para as pequenas imobiliárias diante dos concorrentes digitais, acelerando o processo de aluguel no País, segundo as empresas.

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Dono dos portais ZAP Imóveis, Viva Real e OLX Imóveis, o Grupo OLX vai garantir a audiência em seus sites, conectando mais de 30 mil imobiliárias parceiras e anunciantes. Já a fintech Creditas entra com todo o conhecimento da análise e operacionalização do crédito, na modalidade conhecida como “fiança onerosa”. Assim, ela assume os custos caso o inquilino deixe de pagar, diferentemente do seguro fiança, que é viabilizado por uma seguradora.

Além de assegurar que o aluguel seja pago em dia, o produto oferece ainda outros benefícios, como a indenização ao proprietário em caso de danos no imóvel, por exemplo, e a cobrança da conta do inquilino.

“A união com a Creditas vai proporcionar a melhor solução tanto para locadores quanto para locatários, acelerando os negócios para as imobiliárias, com a contratação 100% digital. Tudo isso sem fiador, caução e recebimento garantido em cinco dias úteis”, afirma Rafael Nader, VP de Imóveis do Grupo OLX.

Mercado em expansão

E a solução vem em boa hora, em meio à expansão do mercado de locação no Brasil, que cresce com força impulsionado pela alta dos juros e das dificuldades de acesso ao financiamento imobiliário. Tanto que, só em março, os preços dos alugueis residenciais subiram 1,15% ante o mês anterior, somando um aumento de 3,22% nos primeiros três meses do ano, conforme levantamento feito pela FipeZap.

Segundo a última Pesquisa de Locação do Secovi-SP, realizada em 2024, o depósito de três meses de aluguel respondeu com 47% dos aluguéis, seguido pelo fiador, com 37% dos contratos de locação realizados. O seguro-fiança foi o tipo de garantia pedido por 14% dos proprietários e “outras garantias” representaram 2% dos contratos.

“O mercado está em expansão, mas ainda preso a modelos ultrapassados. A Garantia Locatícia dá liquidez às imobiliárias, segurança ao proprietário e agilidade para quem está buscando alugar”, afirma Daniel Ricci, Head de Negócios da Creditas.

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Como é feito o processo

A parceria pretende dar mais eficiência na jornada de locação, em um mercado que não se modernizava há anos e ainda está preso à Lei do Inquilinato de 1991. Ao contratar a Garantia Locatícia, o processo é simplificado e a imobiliária pede uma análise de perfil automática e gratuita pela Creditas, que define se o inquilino está apto. A taxa, entre 8% e 11% do valor do aluguel, pode ser paga diretamente no boleto mensal e, em alguns casos, até assumida pelo locador, em troca de maior velocidade no fechamento do negócio.

“Com essa solução, até pequenas imobiliárias de bairro passam a competir com grandes plataformas digitais, com o selo ‘Aluguel sem Fiador’ nos portais da OLX, aumentando visibilidade e velocidade nas locações”, completa Nader.

Estimativa de negócios

A parceria já está em operação com mais de 700 imobiliárias, mas o objetivo é chegar a 1.200 até o fim do ano. A expectativa de crescimento é de 200% ao ano, com meta de alcançar até 800 mil contratos de locação garantida até 2029, número que representa cerca de 20% do mercado formal.

Segundo Ricci, o modelo ajuda também a profissionalizar a cobrança. Isso porque a inadimplência em locações gira em torno de 6% a 7%. “A maioria se resolve com negociação, mas 4% viram problema. Com a Garantia Locatícia, a imobiliária deixa o peso de ter de lidar com isso sozinha, e o proprietário não fica no prejuízo.”

Além da segurança, o modelo contribui para a inclusão. Mesmo quem trabalha de forma informal pode comprovar renda via análise de gastos ou extratos de contas PJ. A análise de risco é feita pela Creditas, que tem experiência com análise de dados de crédito e biometria. “Estamos empoderando as pequenas imobiliárias com tecnologia de crédito de ponta, para que possam oferecer soluções mais acessíveis e seguras para os clientes”, conclui Ricci.

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