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Cresce a busca pelo ouro, balanços no Brasil e nos EUA; veja os destaques da semana

A imagem mostra uma barra de ouro sendo segurada em mãos de técnicos.

A segunda semana do shutdown do governo americano trouxe reflexos diretos no mercado global, elevando a busca por ativos de segurança, como o ouro, e reacendendo o interesse pelas ações de utilities no Brasil. O metal precioso voltou a se destacar como um porto seguro diante das incertezas econômicas, enquanto os analistas da XP iniciaram cobertura de empresas do setor elétrico — Neoenergia (NEOE3), CPFL (CPFE3) e Light (LIGT3) — todas com recomendação de compra.

No cenário internacional, as primeiras companhias começaram a divulgar resultados do terceiro trimestre, e as expectativas seguem positivas, com crescimento de lucro por ação em linha com as projeções. No Brasil, a temporada de balanços ganha força a partir de 22 de outubro, em meio a um ambiente de resiliência do consumidor americano e ajustes nas projeções de política monetária dos EUA.

Temporada de resultados movimenta o mercado

Com a aproximação do período de divulgação dos resultados do terceiro trimestre, investidores voltam as atenções para os números das empresas listadas na Bolsa. A expectativa é de desempenho sólido em vários setores, especialmente após meses de estabilidade nos indicadores macroeconômicos e melhora gradual no consumo.

Os analistas da XP consolidaram um calendário com as principais datas de divulgação, tanto das companhias que fazem parte do Ibovespa quanto das que estão sob sua cobertura. O foco do mercado será nas margens operacionais e nos impactos de custos, juros e câmbio sobre os lucros corporativos.

Novo ciclo para o setor de utilities

O setor de utilities vive uma nova fase no Brasil, com mudanças significativas nos últimos dez anos e realocação de riscos entre os subsetores. A XP destaca oportunidades em geração, distribuição e transmissão de energia, reforçando que as três principais apostas do momento — Neoenergia (NEOE3), CPFL (CPFE3) e Light (LIGT3) — oferecem bom potencial de valorização e resiliência em meio à volatilidade global.

A análise também chama atenção para as novas tendências do setor, como a digitalização de redes, o avanço das fontes renováveis e a busca por eficiência operacional. O segmento, historicamente defensivo, se posiciona agora como um pilar de estabilidade em carteiras diversificadas.

Ouro volta a brilhar como porto seguro

Em um ambiente de incertezas políticas e econômicas nos Estados Unidos, o ouro volta a ser visto como refúgio de valor. A valorização recente do metal reflete a busca dos investidores por proteção contra riscos cambiais e inflacionários, em meio à indefinição sobre os rumos da política fiscal americana.

Existem diversas formas de investir no ativo, como contratos futuros negociados em Bolsa e fundos de investimento. Especialistas lembram, no entanto, que o ouro é um ativo global com oscilação diária, exigindo atenção à volatilidade e ao horizonte de investimento.

Contagem regressiva para a COP30 em Belém

Faltando poucas semanas para a COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA), governos e empresas se preparam para discutir compromissos climáticos em meio a um cenário de urgência ambiental. Os principais temas da conferência devem ser a ampliação das metas de descarbonização, o uso sustentável da terra e a preservação da biodiversidade.

A edição deste ano marca um momento crucial para a diplomacia ambiental brasileira, que busca consolidar o país como liderança global em transição energética e bioeconomia. As discussões devem gerar impactos diretos sobre políticas públicas e investimentos em sustentabilidade.

Eletrobras reduz riscos com venda da Eletronuclear

A Eletrobras (ELET3; ELET6) anunciou a venda de sua participação na Eletronuclear para o grupo J&F por R$ 535 milhões. Embora o valor esteja abaixo das estimativas de valor justo, a operação foi vista positivamente pelo mercado, por reduzir riscos e obrigações futuras da estatal.

O desinvestimento faz parte da estratégia de simplificação e foco da companhia em ativos de energia renovável e transmissão. A transação também representa um marco na reestruturação da Eletrobras após sua privatização, reforçando a busca por eficiência operacional.

Embraer mira expansão e reforça plano de crescimento

A Embraer (EMBR3) celebrou 25 anos de listagem na Bolsa de Nova York reafirmando suas ambições de crescimento até o fim da década. Durante o Investor Day, a empresa destacou investimentos contínuos em engenharia e tecnologia, além de estratégias para nivelar a produção e ampliar o portfólio de produtos.

Com forte presença no mercado global, a fabricante brasileira quer consolidar sua posição em defesa, aviação comercial e executiva. A visão de longo prazo da companhia inclui avanços em mobilidade aérea urbana e projetos de descarbonização, reforçando sua vocação inovadora.

Setor de bens de capital: expectativas mistas

Os resultados do terceiro trimestre devem mostrar um cenário misto para as empresas de bens de capital. A Embraer tende a apresentar desempenho sólido, enquanto a WEG (WEGE3) deve manter margens saudáveis, mas com crescimento mais contido. Marcopolo e Randon, por sua vez, enfrentam dinâmicas de mercado divergentes.

A XP vê o setor como um termômetro importante da economia real e destaca que a rentabilidade seguirá sendo o principal foco de análise dos investidores. Apesar dos desafios, a perspectiva é de estabilidade operacional e avanço gradual da demanda industrial.

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