Berkshire surpreende com aposta em Alphabet e gera dúvidas sobre mudança de postura

A revelação de que a Berkshire Hathaway comprou 17,8 milhões de ações da Alphabet, controladora do Google e do Youtube, no terceiro trimestre reacendeu o debate sobre o apetite por risco no conglomerado de Warren Buffett. Em apenas uma semana, a posição já ganhou US$ 415 milhões em valor de mercado, impulsionada por uma alta de 8,4% nas ações da empresa.

A movimentação ocorre em meio à queda das big techs, mesmo após os fortes resultados da Nvidia, e ao entusiasmo renovado com o Google, que lançou nesta semana o Gemini 3, seu novo modelo de IA, recebido com avaliações positivas.

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Apesar de muitos veículos creditarem a compra a Buffett, analistas apontam que ela provavelmente é obra dos gestores Ted Weschler ou Todd Combs, responsáveis pelas posições mais voltadas para tecnologia dentro da Berkshire, como a participação de US$ 2,2 bilhões na Amazon. O próprio Buffett já deixou claro, em 2019, que aquisições desse perfil não partiam dele.

A aposta chama atenção porque não combina com o estilo tradicional de Buffett, conhecido por evitar negócios cuja dinâmica ele considera difícil de prever no longo prazo.

Para o colunista Nir Kaissar, da Bloomberg, a IA representa justamente o tipo de tecnologia “opaca e complexa” que historicamente afastaria o investidor. Mas ele vê no movimento um possível sinal da influência do sucessor indicado, Greg Abel, e, quem sabe, um novo estilo de gestão de pagar mais agora por crescimento mais acelerado no futuro, algo raro na era Buffett.

A Berkshire, como de costume, não comentou quem decidiu pela compra.

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