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Hora de reformar a casa? Programas de governos e novos créditos aceleram renovações

Os brasileiros estão reformando mais suas casas. E isso não acontece por acaso. A combinação de novas políticas públicas para melhoria habitacional, como o programa de reformas anunciado pelo governo federal, e o avanço do crédito privado para quem quer renovar ou modernizar seu lar tem provocado uma mudança estrutural na forma como as famílias lidam com seus imóveis.

De acordo com dados exclusivos da Creditas, entre janeiro e setembro de 2025, as solicitações de crédito com garantia de veículo e imóvel para reformas cresceram 20% em relação ao mesmo período de 2024. Hoje, 12% de todos os pedidos do chamado home equity já têm como finalidade reformar a casa.

O movimento ocorre em um cenário em que juros elevados desestimulam a compra de imóveis novos, levando mais famílias a optarem por melhorar o que já têm. Seja para aumentar conforto, valorizar o patrimônio ou até gerar renda extra com aluguel.

Políticas públicas

O governo federal lançou em outubro o programa Reforma Casa Brasil, que visa permitir que famílias possam financiar valores a partir de R$ 5 mil para reformas, ampliações e adequações de moradias de todo o país. 

O prazo de pagamento é de até cinco anos (60 meses) e o programa é voltado para famílias que já têm imóvel, mas enfrentam problemas estruturais ou de adequação. O valor das parcelas será limitado a 25% da renda familiar. Cada família poderá ter apenas uma operação ativa por vez.

O programa terá R$ 30 bilhões do Fundo Social, voltados a famílias com renda de até R$ 9,6 mil. A Caixa também vai separar R$ 10 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para quem tem renda superior ao limite. Assim, o total de crédito é de R$ 40 bilhões.

Estados e capitais também vêm lançando programas próprios de apoio à reforma, como linhas de crédito subsidiadas, assistência técnica e incentivos para regularização fundiária. Resultado disso é a crescente busca por crédito estruturado que permita reformas mais robustas, que também vem sendo sentida no sistemas de crédito privado.

Home Equity vira alternativa

Exatamente por isso, o mercado de crédito com garantia de imóvel (CGI) vive um crescimento inédito no país. Segundo a  Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o saldo da carteira atingiu R$ 27,8 bilhões em agosto de 2025, com mais de 146 mil contratos ativos, alta de 156% em relação aos R$ 10,9 bilhões de 2024.

No acumulado do ano até agosto, o volume de novos empréstimos já ultrapassou R$ 842 milhões, consolidando o modelo como uma das opções mais acessíveis para quem precisa de recursos com prazos longos e taxas menores do que as do crédito pessoal tradicional.

Todo esse movimento, vem consolidando uma nova lógica no mercado brasileiro de que reformar é um bom investimento, segundo a Creditas. Isso porque reformas elevam o valor de revenda, aumentam o conforto do imóvel e, em muitos casos, geram retorno direto, como na adaptação de áreas para locação, criação de estúdios, reformas para aluguel por temporada e retrofit de casas antigas.

“Combinados, os dados mostram que a reforma deixou de ser apenas um projeto doméstico e se tornou uma decisão financeira estratégica, que conecta planejamento familiar, valorização patrimonial e melhor uso das linhas de crédito disponíveis”, informa a Creditas.

Veja abaixo as finalidades mais frequentes do home equity:

  • consolidação de dívidas,
  • investimento em negócios,
  • demandas emergenciais,
  • reformas residenciais de médio e grande porte.

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