Dá para dizer que o Jeitto, fintech dedicada principalmente ao crédito para as classes C e D, tem um pouco da Rússia pós-Guerra Fria e da Nigéria dos anos de 2010. Prestes a expandir seus negócios para a classe B- e o segmento de financiamento de saúde, a companhia espera um faturamento próximo de R$ 800 milhões no fechamento de 2025.
Quando fundou a companhia em 2015, Fernando Silva acabava de colocar em pé sua segunda operação de uma instituição financeira em mercados emergentes. Após uma carreira no mercado financeira iniciada no Brasil e com passagens por Portugal e Espanha, ele recebeu o convite para montar do zero a operação do banco Renaissance Credit, um dos maiores da Rússia em 2003, figurando entre os três maiores players de crédito do país em 2009, quando saiu da companhia. Em 2012, embarcou para um novo empreendimento: comissionado para montar a primeira financeira da Nigéria.
“E eu vim desse mundo de crédito, estou muito acostumado com países de economia mais complicada, mais emergente e com público muito vulnerável”, conta o CEO e fundador da companhia, Silva. Foi o que o atraiu de volta ao Brasil para fundar o Jeitto. E apesar das aventuras fora do país, parte da ideia para o modelo de negócio da companhia saiu direto do centro de São Paulo, na figura dos “pastinhas”.
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“Pastinhas eram esses agentes que ficavam na Praça da Sé ou no Largo 13 de Maio, nos pontos de transporte público. Ele ficava ali com sua pasta oferecendo crédito”, conta. Quando alguém procurava por esses agentes em busca de crédito, ele era levado para alguma agência de uma agência de instituições de crédito para a região.
“O cliente ia buscando R$ 200, se ele era um bom cliente sem estar negativado, saia com R$ 2 mil contratado para pagar em 36 meses com juros altos, um endividamento muito grande do qual ele não precisava”, diz. “Então, ele gastava R$ 200 para pagar a conta ali para emergência, para sobreviver no mês, mas ele ficava com R$ 1,8 mil, que ele ia torrar em um monte de coisas que não precisa, e ficava com uma dívida para pagar.”
Como funciona o Jeitto
A aposta do Jeitto é se distanciar desse método “bipolar”: usa dados do uso de telefones para montar um motor de decisão para liberação de crédito. O modelo funcionou mesmo com a popularização de aplicativos como o WhatsApp e os registros de dados nos celulares.
A estratégia é emprestar valores menores a pessoas que não teriam acesso aos empréstimos. Hoje, o motor de crédito do Jeitto avalia 2 mil pontos de dados para liberar crédito que não supera R$ 3 mil, valor máximo para o produto de empréstimo pessoal. No caso do chamado crédito digital mensal, o valor não extrapola R$ 500. Os produtos vão do crédito pessoal ao crédito consignado.
Em 2025, a empresa projeta atingir próximo a R$ 800 milhões em faturamento enquanto a companhia já olha para a possibilidade de novas avenidas de crescimento para os próximos anos.
“A parte de tratamento dentário é muito importante e nós vamos começar a trabalhar com tickets maiores. Está indo um pouco acima do C naturalmente. Já há um público B-. Conforme implantamos produtos vamos seguindo um pouquinho, mas a nossa vocação são as classes C e D”, conta Silva.
Pelos cálculos da companhia, a demanda por crédito para tratamentos como procedimentos, implantes e tratamentos dentários varia de R$ 5 mil a R$ 7 mil e ele deve ser lançado já no primeiro trimestre.
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