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A jornada do jovem que começou aos 16 e hoje movimenta R$ 170 milhões em gift cards

Aos 16 anos, em Florianópolis, Matheus Rodolfo queria apenas “um dinheirinho para sair com a namorada”. Mas o que começou como uma busca adolescente por renda extra se transformaria, com o tempo, em uma operação que já movimentou mais de R$ 500 milhões em três anos e se consolidou como referência nacional no mercado de gift cards.

“Eu vim de uma classe média baixa, não tinha capital nenhum. Então pensei: o que posso fazer online, sem dinheiro, para começar?”, lembra. A resposta veio quase por acaso, navegando em marketplaces em 2012, quando gift cards digitais ainda nem existiam no Brasil.

A primeira ação empreendedora foi simples e ousada. Ele comprou gift cards de um concorrente e começou a revender. O mercado era tão embrionário no Brasil que os produtos vinham do exterior. “Em 2012, só existia gift card internacional. O brasileiro comprava cartão dos EUA ou da Europa porque não havia conteúdo local”, explica.

Quando marcas como PlayStation, Microsoft e Apple chegaram ao país, a GCM Games (criada por ele dois anos antes) já estava posicionada. “Em 2014, com 18 anos, consegui minha primeira aprovação oficial. Era um mato alto. Quase ninguém vendia isso no Brasil.”

O empreendedor participou da série do Do Zero ao Topo que conta com o apoio da XP Empresas, e vai contar as trajetórias dos empreendedores que investiram na transformação do seu negócio.

Leia também: Como o “pior aluno da escola” virou CEO de uma empresa com mais de 200 funcionários

Um mercado inexplorado

Antes de se tornar totalmente digital, a operação desse mercado era quase artesanal. O fundador lembra que era preciso raspar o cartão físico, escanear o código e fazer a ativação manual. Mas um marco importante história da GCM foi conseguir ser aprovado pela Apple. “Hoje só existem cinco varejistas no Brasil autorizados a vender gift cards da Apple. Conseguir essa aprovação em 2022 foi extremamente difícil”, destaca Matheus.

E a inovação veio a partir de uma dor. Reclamações de “PIN usado” levaram a empresa a desenvolver internamente um sistema próprio de segurança. “Criamos metadados, máscara de PIN, dupla verificação e depois uma blacklist inteligente. Hoje nosso antifraude é motivo de orgulho”, afirma.

Apesar do volume milionário, a empresa opera com uma estrutura extremamente enxuta. “Temos só oito funcionários. Nosso sistema permite escalar sem aumentar equipe”, diz Matheus. Ano passado, a empresa movimentou R$ 170 milhões. Hoje, a GCM Games soma mais de 10 milhões de gift cards vendidos, atende cerca de 3 milhões de clientes e, só nos últimos três anos, já transacionou meio bilhão de reais.

Durante a pandemia, o crescimento explodiu. “De 2019 para 2020, triplicamos. Todo o consumo foi para o digital e o gift card virou solução prática.”

Fintech de fidelização

Agora, Matheus prepara o lançamento da PMFP, uma fintech da própria GCM focada em programas de incentivo, cash-out corporativo, premiações e gestão de fidelidade. A plataforma vai permitir pagamentos em gift card, Pix e cartão pré-pago, além de oferecer vantagens tributárias para empresas do lucro real. “Queremos ser a fintech referência em promoções e incentivos no Brasil. É um oceano azul enorme”, afirma.

Para saber mais detalhes da história da empresa e conhecer outras estratégias para o futuro, veja o episódio completo no Do Zero ao Topo. O programa está disponível em vídeo no YouTube e em sua versão de podcast nas principais plataformas de streaming como ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Castbox e Amazon Music.

Leia mais: XP avança na atuação em seguros para pequenas e médias empresas

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo é uma produção do InfoMoney e esta edição, que tem o apoio da XP Empresas, contará as trajetórias dos empreendedores que investiram na transformação do seu negócio.

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