Pular para o conteúdo principal

Prêmio da Mega da Virada pode render mais de R$ 8 milhões por mês

Várias notas de cem reais na mão de uma pessoa que não aparece na foto.

O feliz ganhador da Mega Sena da Virada já pode começar a pensar no que fazer com a bolada da R$ 850 milhões, o maior valor da história da premiação. Aplicada na caderneta de poupança, essa quantia renderia nada menos de R$ 5,6 milhões por mês, valor que poderia chegar a R$ 8,453 milhões em LCIs ou LCAs, segundo cálculos de Tiago Cesar Desordi de Medeiros, consultor de investimentos do Sistema Ailos.

“LCI e LCA são os campeões, com retorno líquido de até R$ 8,4 milhões por mês e ainda sem pagar imposto”, compara.

Já Tesouro Selic, CDB e RDC também oferecem ótimas taxas, mesmo com imposto, garantindo segurança e liquidez para quem não quer correr riscos, acrescenta.

Leia também: Bolão Mega da Virada: Quanto custa? Dá para apostar com desconhecidos? Tire dúvidas

Confira as simulações feitas a pedido do InfoMoney:

Poupança Tesouro Selic CDB RDC LCI LCA
Taxa Contratada 0,5% + TR Selic + 0,05% a.a. 100% CDI 100% CDI 90% CDI 90% CDI
% Retorno ao ano 8,26 14,13 14,01 14,01 12,61 12.,61
Rendimento Bruto mensal * R$ 5.640 R$ 9.413 R$ 9.338 R$ 9.338 R$ 8.453 R$ 8.453
Saldo Bruto 12 meses* R$ 70.210 R$ 120.105 R$ 119.085 R$ 119.085 R$ 107.176 R$ 107.176
IR (22,5%)** Isento 2.118 2.101 2.101 Isento Isento
Rendimento Líquido mensal* R$ 5.640 R$ 7.295 R$ 7.237 R$ 7.237 R$ 8.453 R$ 8.453
% Retorno Líquido anual 8,26 10,8 10,71 10,71 12,61 12,61
% Retorno Real anual 3,93 6,37 6,29 6,29 8,11 8,11
*Valores em R$/mil. ** Considerada alíquota do IR conforme tabela regressiva. Para fins de comparação, utilizada alíquota de 22,5% por se tratar de um primeiro resgate após 30 dias. Inflação projetada em 4,16%.
Fonte: Tiago Cesar Desordi de Medeiros, consultor de investimentos do Sistema Ailos.

Apesar dos valores estratosféricos, o sortudo deve tomar alguns cuidados para que os valores do prêmio não desapareçam com o tempo, evitando os erros que outros contemplados cometeram e que os levaram de volta à pobreza.

Leia também: Mega-Sena: Veja os números mais sorteados na história do concurso

‘Boca de siri’

Ivan Viana, planejador financeiro CFP pela Planejar, entidade que reúne os profissionais da área, alerta que o ganhador precisa antes de tudo entender que a riqueza mal administrada pode sumir tão rápido quanto surgiu. “O primeiro passo é não contar para ninguém, manter o sigilo absoluto do que está acontecendo, sua vida continua, e procurar imediatamente boas assessorias financeira, jurídica, contábil independentes”, orienta.

O ganhador também não deve fazer nada por impulso, nem compras, nem pagar dívidas, nem fazer promessas a familiares, amigos ou terceiros. Esse é o principal erro que leva muitos ganhadores à ruína, explica Viana.

Leia também: Mega da Virada pode chegar a R$ 1 bi: o que fazer com um prêmio desses

Renda mensal por gerações

O dinheiro precisa passar primeiro por um planejamento estratégico, de proteção patrimonial e estruturação de investimentos que defina uma renda mensal que permita ao ganhador e sua família viverem bem por gerações, além de criar uma blindagem contra riscos jurídicos e emocionais.

“Esse valor é suficiente para garantir uma renda vitalícia milionária e com extrema segurança, sem precisar passar por riscos e sem preocupações com o dinheiro”, diz.

Sem riscos

Em linhas gerais hoje, em aplicações conservadoras atreladas ao CDI ou ao Tesouro direto Tesouro Selic, esse valor pode render algo entre R$ 7 milhões a R$ 9 milhões por mês, já líquidos de imposto de renda, sem que o patrimônio seja consumido pelo resto da vida, calcula Viana.

Já se houver uma ideia de diversificar, balancear os investimentos, combinando a renda fixa com fundos multimercados, previdência privada e renda variável, esse rendimento pode ultrapassar facilmente R$ 10 milhões a R$ 12 milhões mensais no longo prazo. Isso sempre respeitando o perfil do investidor, que é o quanto ele se sente confortável com o risco dos investimentos, quanto ele conhece do mercado e os sonhos e projetos de vida dele e da família. “Ou seja, o ganhador não precisa arriscar para viver extremamente bem com a família”, diz Viana.

Os erros dos novos milionários

Para o planejador, o maior erro dos que ganham grandes valores é confundir riqueza com aposta. E o que ele não deve fazer é tomar decisões por emoção, misturar dinheiro com relações pessoais, sair emprestando, entrar em negócios que ele não entende, investir por indicação de amigos de influencers, coisa que alguém falou que ele achou que era legal.

Também não deve viver de ostentação. A maioria dos ganhadores de prêmios das loterias que perdem tudo erra exatamente no comportamento, e não no investimento. “O dinheiro acaba quando não existe limite nem estrutura ou estratégia”, diz, citando três pilares do planejamento financeiro: o do planejamento estratégico, o pilar da disciplina (do que fazer, não se alterar, cuidar do comportamento) e o pilar do sigilo, de não espalhar os ganhos.

Organizar sem pressa

Os primeiros passos para quem recebe uma quantia alta e de forma repentina não é investir, mas sim se organizar, sem pressa, diz Sigrid de Guimarães, CEO da Alocc Gestão Patrimonial. “Antes de qualquer decisão financeira, é preciso entender objetivos, necessidades e compromissos”, diz.

Em seguida, deve-se buscar uma casa especializada e bem recomendada, preferencialmente um family office, que ajude a montar um planejamento patrimonial claro — entendendo quanto se pode gastar, onde e quanto se pode investir, analisando as particularidades e necessidades de cada família e construindo uma estratégia previdenciária para o longo prazo.

Para Guimarães, receber um valor grande de forma repentina gera oportunidade, mas também responsabilidade — e as melhores decisões surgem a partir de planejamento, não por realizações de desejos baseados apenas na emoção.

Liquidez, diversificação e eficiência

Ele sugere diversificar os recursos usando três pilares fundamentais: liquidez, diversificação e eficiência. A liquidez funciona como colchão de segurança para o curto prazo. Ele recomenda entre 3 a 5 anos do custo de vida da família, investidos com baixo risco de crédito e liquidez imediata. É isso que garante tranquilidade e proteção frente a imprevistos.

Com essa base estruturada, entra o segundo pilar: a diversificação, que é a principal ferramenta de mitigação de risco. “Como não sabemos onde estará a próxima crise, distribuímos o patrimônio em diferentes classes e geografias, o que reduz volatilidade e protege o longo prazo.” Por fim, a eficiência, que significa alocar os recursos de forma coerente com os objetivos da família, garantindo equilíbrio e potencial de crescimento.

Os erros mais comuns

Guimarães alerta que os erros mais comuns que levam à perda de patrimônio ao longo do tempo são: falta de planejamento, falta de liquidez e concentração excessiva. A falta de planejamento faz com que decisões sejam tomadas de forma impulsiva, sem avaliar riscos, horizonte e impacto no patrimônio. A falta de liquidez força a venda de ativos em momentos desfavoráveis, o que gera prejuízos e compromete o longo prazo. A concentração excessiva — seja em um negócio, setor ou classe de ativos — aumenta muito o risco, porque nunca se sabe onde estará a próxima crise.

Além disso, muitos investidores entram em negócios que não conhecem ou tomam decisões relevantes sem orientação adequada. A melhor forma de evitar esses erros é ter planejamento, liquidez bem definida, diversificação e apoio especializado.

Fale com quem você ama

O primeiro passo de todos para quem ganha uma bolada é literalmente sentar com a quem importa na família, seja a esposa, o marido, os filhos, mãe, pai, quem for importante para os planos de vida da pessoa, diz Caio Tonet, diretor institucional da W1 Inc.

“É preciso entender os próximos passos e planos, sempre lembrando de não esbanjar porque é muito verdade: dinheiro que vem fácil, vai fácil”, alerta.

Após traçar os objetivos comuns e prioridades, é preciso entender a estrutura na qual vai estar esse capital e, antes de mais nada, formar uma boa equipe de advogados que ajude a constituir estruturas legais ou empresas para a administração dos bens da família, se é melhor uma holding, uma S/A ou uma offshore no exterior.

A segunda etapa seria garantir uma diversificação dos valores para ter renda em reais constante e acima da inflação. “Para isso eu olharia com mais carinho para ativos de renda de renda fixa soberana, com títulos do Tesouro como NTN-Bs que são bem seguros, e para um portfólio de fundos imobiliários de tijolos”, diz.

Uma parte deve ir para renda em dólar e renda variável, com ações que pagam bons dividendos.

É importante ter bons profissionais ao lado para auxiliar também nessa boa diversificação. Opções mais conservadoras, como ouro e até o Bitcoin podem ser alternativas para se proteger da inflação das moedas em geral.

Sem hedonismo

Os maiores erros dos novos milionários é que eles acabam colocando o prazer na frente da estratégia e passam a viver uma vida hedonista, comprando carros caros ou as casas dos sonhos. Há ainda as atitudes impulsivas e emocionais, como investir na empresa do primo do amigo. A primeira regra para não perder o dinheiro, segundo Tonet, é não ser impulsivo.

“Toda vez que for adquirir um bem ou um ativo, pense no impacto dele não no momento que está comprando, mas no futuro”, diz. “Coloque no papel mesmo que pareça pouco dinheiro frente ao que você ganhou”

The post Prêmio da Mega da Virada pode render mais de R$ 8 milhões por mês appeared first on InfoMoney.



source https://www.infomoney.com.br/onde-investir/premio-da-mega-da-virada-pode-render-mais-de-r-8-milhoes-por-mes/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Após fim do EMBI+, novo indicador desponta como alternativa para medir risco

Qual o melhor termômetro para medir a volatilidade e os riscos de investir no Brasil (e em outros países)? Um bom caminho usado até meados do mês de 2024 era o Embi+, calculado pelo JPMorgan. Esta era a sigla para Emerging Markets Bond Index Plus, que significa Índice de Títulos de Mercados Emergentes Mais, basicamente medindo o desempenho de títulos públicos de economias emergentes. O índice auxiliava os investidores na compreensão do risco de investir em determinado país. Quanto mais alto fosse, maior seria o risco. A unidade de medida usada era ponto-base, trazendo a diferença entre a taxa de retorno dos títulos de países emergentes e a oferecida por títulos emitidos pelo Tesouro americano. A diferença constituía o spread, sendo essencialmente o Country Risk Premium, ou o Prêmio de Risco País. Contudo, o índice foi descontinuado em julho de 2024, fazendo com que o mercado perdesse uma boa referência sobre investimentos nos países emergentes. Uma alternativa a ser pensada num pr...

Dow Jones Futuro cai com temor de recessão e expectativa por decisão de juros nos EUA

Dow Jones Futuro recua com temor de recessão e expectativa por decisão de juros nos EUA Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta segunda-feira (17), com investidores à espera da decisão do Federal Open Market Committee (FOMC), que se reúne nesta semana. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa de juros no intervalo atual, entre 4,25% e 4,50%. No entanto, o mercado já precifica um possível início do ciclo de cortes a partir da reunião de 18 de junho. Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, há uma probabilidade de 57,7% para um corte de 25 pontos-base nessa data, com projeção de pelo menos mais um ajuste da mesma magnitude até o fim do ano. Também pesa sobre o mercado o comentário feito pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent , no domingo sobre não haver “nenhuma garantia” de que a maior economia do mundo evitará a recessão, apenas uma semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter se recusado a descartar uma possibilidade. Estados Un...

Nova tabela progressiva do IR atualiza faixa de isenção da PLR; veja o que muda

Com a atualização da base da tabela progressiva para o Imposto de Renda, a Receita Federal também ajustou a tributação para quem ganha a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) das empresas. Em fevereiro, o governo federal aumentou a primeira faixa da tabela progressiva do IR para o ano que vem, que subiu dos atuais R$ 2.640 para R$ 2.824 — o dobro do salário-mínimo em vigor em 2024 (R$ 1.412). Depois, através de uma instrução normativa, atualizou também a primeira faixa da tabela para PLRs. A mudança está válida desde fevereiro deste ano e passa a impactar os valores informados na declaração de IR 2025. A PLR é um valor pago de “bônus” aos profissionais e fica retida na fonte, ou seja, é tributada antes de cair na conta do beneficiado. A faixa de isenção atual da PLR é de R$ 7.404,11 e passará a ser de R$ 7.640,80. As outras faixas de tributação permanecem iguais. Veja a tabela válida para o IR 2025: Valor do PLR anual (em R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do impos...